A importância crescente dos critérios de ESG (Environmental, Social, and Governance) para as empresas que buscam posicionamento no mercado global, ou mesmo para sustentarem seus negócios no ambiente regional, impõe desafios para que se mantenham competitivas.
O especialista em investimentos sociais Kurt Morriesen, que há mais de 25 anos atua junto a organismos internacionais que estudam o avanço das práticas ESG, em bancos de desenvolvimento como o BID e Banco Mundial, além de conselheiro consultivo no Fórum Econômico Mundial e o G20, falou sobre o assunto no Encontro Empresarial da Acijs, em Jaraguá do Sul, na segunda-feira, dia 10.
Ele explicou que ESG não é mais uma tendência passageira, mas um fator de competitividade essencial para empresas, com demandas regulatórias crescentes que a partir de 2026 devem começar a impactar seriamente a economia mundial.
Ministro da Economia de Portugal participa de encontro na FIESC
Morriesen destacou a importância crescente dos critérios ESG para empresas e investidores, mencionando investimentos em práticas sustentáveis que ultrapassaram US$ 30 trilhões em 2022, com uma projeção de US$ 40 trilhões até 2030.
“Isto significa que quase um terço dos ativos globais estarão alinhados a práticas e certificações de ESG. Há vários elementos que contribuem para o aumento do mercado de ESG, desde os benefícios econômicos e financeiros para as empresas, o aumento de competitividade e nos indicadores de produtividade. Empresas alinhadas a boas práticas de ESG têm maior facilidade em captação de investimentos de longo prazo e novas relações comerciais com clientes estrangeiros”, disse.
Na opinião de Morriesen, Santa Catarina pode ser favorecida neste ambiente de disputa por mercados exigentes quanto às práticas de ESG, mas salienta que é preciso que as organizações estejam atentas. Conforme ele, hoje existem mais de 2,400 regulações de ESG e mais de 250 certificações sobre o assunto ao redor do mundo. Algumas delas com efeito direto sobre economias e investimentos que envolvem negócios de empresas catarinenses, como regulações da Comunidade Econômica Europeia. Segundo a Fiesc, somente em relação ao mercado europeu, mais de 700 empresas do estado devem ser impactadas já a partir do próximo ano.
“Santa Catarina é referência em ESG, mas precisa evidenciar este potencial. É o único estado que consegue competir mano a mano com São Paulo quando se pensa em três elementos cruciais em ESG: os Indicadores de Desenvolvimento Humano, competitividade industrial privada e o cuidado com o meio ambiente”, afirma.
Mas ele diz que o setor empresarial precisa potencializar esses ativos, que passam por questões como a sustentabilidade ambiental ou ações sociais pontuais como o voluntariado. “ESG trata de gestão de riscos e aumento da competitividade. É um mercado meritocrático e em evolução, que privilegia a sustentabilidade do negócio, em que as práticas antigas não funcionam mais para o conceito de ESG atualmente”.