Por Kamila Schneider
Das 18 empresas graduadas pela incubadora JaraguaTec nos últimos anos, 14 continuam atuando no mercado. O número representa uma taxa de sobrevivência de 80%, índice três vezes maior do que o registrado pelas empresas comuns – segundo pesquisas do Sebrae, cerca de 70% dos pequenos negócios criados no mercado fecham as portas nos três primeiros anos, uma taxa de sobrevivência de apenas 30%.
De acordo com o diretor-executivo da JaraguaTec, Victor Danich, os resultados ressaltam a importância de criar ferramentas de apoio à inovação e aos pequenos negócios no Brasil – afinal, empresas mais preparadas têm mais chances de sobreviver em um mercado altamente competitivo. Atualmente, 16 empresas atuam apoiadas pela incubadora, onde podem permanecer por até sete anos ou até que o negócio esteja preparado para entrar no mercado.
Foi o que aconteceu com a Drei K, que atua no ramo de eletroeletrônicos para iluminação e estações meteorológicas. Após seis anos dentro da JaraguaTec, a empresa viu as vendas e a produção crescerem em ritmo acelerado, atingindo em poucos anos uma maturidade de mercado que muitas empresas levam décadas para conquistar.
Eduardo e João contaram com o apoio da incubadora para desenvolver seus produtos e hoje comemoram o crescimento acelerado da empresa| Foto Eduardo Montecino
O primeiro passo para a criação da empresa veio com a participação no programa Sinapse da Inovação, realizado pela Fundação Certi, que foi a porta de entrada dos empreendedores João Buttendorff e Eduardo Giese no universo do empreendedorismo, em 2010. Foi a partir daí que uma ideia virou uma empresa e um produto se transformou em uma linha completa para atender às demandas do mercado.
“Pesquisas indicam que cerca de 30% de toda a energia elétrica produzida no mundo é consumida em iluminação, então este é um mercado muito grande e que traz ótimas oportunidades. Por isso, resolvemos investir na produção de relés fotovoltaicos e sensores de presença, que são a nossa linha principal de atuação. Hoje, temos uma linha com 12 produtos que são totalmente montados em Jaraguá do Sul, valorizando também o mercado local”, explica Buttendorff.
Ferramentas e estrutura para crescer
Segundo Giese, em um mercado concorrido como o de tecnologia, incorporar a inovação nos produtos e processos da empresa é fundamental não somente para crescer, mas para se manter relevante no mercado. Neste quesito, o empreendedor cita benefícios importantes oferecidos pela incubadora, como laboratórios de alta tecnologia, suporte técnico e trabalhos de mentoria.
“Um dos principais desafios de entrar no mercado após o trabalho na incubadora é o custo da empresa, que passa a ser muito maior. É preciso planejamento e preparo para poder manter a operação de forma eficiente. Além disso, os laboratórios compartilhados na incubadora são difíceis de ser adquiridos por empresas de pequeno porte, devido à tecnologia de ponta utilizada neles”, explica Buttendorff.
Tanto preparo permitiu à Drei K garantir um crescimento estruturado e um futuro muito bem planejado. Para se ter uma ideia, a empresa deixa a incubadora com clientes em cinco estados brasileiros e grandes projetos, como, por exemplo, a parceria desenvolvida com a Defesa Civil de Jaraguá do Sul para instalação de três estações meteorológicas para monitoramento das chuvas e do nível dos rios. Além deste, outros dois projetos com a iniciativa privada garantiram mais seis estações meteorológicas da empresa instaladas na cidade.
“De agora em diante, nossa intenção é fortalecer a marca e ampliar a atuação da empresa em todo o País. O mercado de tecnologia ainda tem muito potencial de crescimento em Jaraguá do Sul, é um mercado ainda em construção e que precisa cada vez mais de pequenas empresas inovadoras para se desenvolver”, afirma Giese.