Em seus 15 anos, o Festival de Música de Santa Catarina (Femusc) mudou a cara da economia de serviços jaraguaense, afirma o diretor executivo do evento, Fenísio Pires Junior.
Da cidade que dava férias coletivas nos hotéis e que via poucas alternativas para a vida noturna, Jaraguá do Sul passou a ver as hospedagens lotadas, restaurantes cheios e um público sazonal que anseia por atrações.
“No fim dos anos 1990, as coisas eram tão ruins que a CDL chegava a fazer promoções para que as pessoas saíssem para jantar, como a Jaraguá Dia e Noite, em 1999 e 2000. Os hotéis fechavam em janeiro e não havia opções de lazer e cultura noturna”, conta o diretor.
Hoje, por outro lado, Jaraguá do Sul se converteu em um mercado com vigor para sustentar uma malha de serviços como uma via gastronômica e cervejarias, diz o diretor.
Foto Pedro Leal/OCP News
Antes um período de silêncio na cidade, a segunda metade de janeiro passou a ser marcada por um movimento de jaraguaenses e de pessoas de fora que aproveitam a ida a Scar para as apresentações para sair para jantar e fazer compras.
“E esse movimento se reflete no resto do ano com um público que se acostumou a sair para comer fora”, diz.
Os números não mentem
Fenísio sustenta sua posição não apenas nas lembranças de outros tempos, mas com números. Somente pela própria organização do evento – não contando os turistas – são cerca de mil diárias em hotéis para os músicos participantes e outros profissionais.
A estimativa é que a 15ª edição do evento gere 450 empregos, entre diretos e indiretos. Diretamente, são 150 postos de trabalho qualificados.
Nessa edição do festival, o orçamento de R$ 1,8 milhão foi todo investido em serviços e apresentações, dada a existência prévia da estrutura da Scar, pilar essencial para a realização do evento.
Este investimento se reflete na movimentação do comércio e dos hotéis e restaurantes no período. Segundo Fenísio, são mais de R$ 5 milhões movimentados no comércio e no setor de serviços de Jaraguá do Sul.
“Podemos com segurança operar com essa expectativa de duas vezes e meia o orçamento do Femusc com as pessoas que vem para o evento – tanto para atuar nele como para ver os espetáculos”, conta.
No comércio, o período do Femusc chega a responder por 60% das vendas de janeiro, diz Vanessa Floriani, proprietária do Empório Floriani. “Para nós, é quase como se recuperássemos o mês todo. Fora do Femusc é um mês vazio, com todo mundo de férias”, conta.
Este ano, para aproveitar ainda mais o evento, a loja tem investido em souvenirs. “As pessoas saem do Femusc e querem comprar, e muitas vezes querem lembrancinhas de Jaraguá”, conta.
Foto Pedro Leal/OCP News
A edição de 2020 do Femusc é marcada por uma novidade: pela primeira vez, o evento está cobrando ingressos – forma tanto de garantir uma fonte alternativa de financiamento, de forma a não depender mais completamente das leis de fomento à cultura, como de facilitar a vida do turista de fora, diz Fenísio.
“Até então, a pessoa tinha que retirar o ingresso 48 horas antes – o que não era prático para quem vinha de fora. Agora, pode comprar pela internet e já ter garantido que a reserva de hotel não será desperdiçada”, diz.
Confira programação do Femusc para esta quarta-feira (22):
- 11h: Série Hospital, Hospital São José
- 12h: Série Shopping Center, Jaraguá do Sul Park Shopping
- 12h: Série Femusc Itinerante, Angeloni (Cel. Bernardo Grubba)
- 15h30: Série Lar das Flores, Lar das Flores
- 18h: Série Violão Plus, sala de violão & MPB da Scar
- 18h: Série Piano Masters, pequeno teatro da Scar
- 19h: Série Bach, Igreja Luterana
- 19h15: Série Momento Springmann, pequeno teatro da Scar
- 19h15: Série de Canto Lírico, sala de canto lírico da Scar
- 19h15: Série Shows de Música Popular, sala de violão & MPB da Scar
- 20h30: Série Grandes Concertos, grande teatro da Scar
- 20h30: Série Recitais de Câmara, pequeno teatro da Scar
- 22h: Série Happy Hour, Café Scar.
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