A economia de Santa Catarina cresceu 2,5% em setembro, em comparação ao mesmo período de 2022, enquanto a média nacional registrou 0,3%. Os setores de serviços e comércio foram os principais responsáveis pelo desempenho, incentivados pela manutenção do nível de consumo das famílias. Conforme análise do Observatório Fiesc, esses setores estimularam a produção em diversas indústrias do estado. Os dados são da pesquisa Índice de Atividade Econômica (IBC), do Banco Central.
O setor de alimentos, por exemplo, tem se beneficiado por essa dinâmica e cresceu 5,5%, principalmente nas atividades de alimentos prontos, panificados e laticínios. “A resiliência do mercado de trabalho formal, o crescimento da renda média do trabalhador catarinense e o arrefecimento da inflação na economia brasileira são fatores que vêm incentivando o consumo das famílias em 2023”, destaca o presidente em exercício da Fiesc, Gilberto Seleme.
O setor de equipamentos elétricos também foi estimulado, em parte, pelo consumo das famílias e registrou expansão de 21,9% na análise interanual, resultado principalmente da recuperação na produção de eletrodomésticos. A produção do setor também foi impulsionada pela diversificação das exportações de produtos fora da pauta principal, como as vendas de transformadores elétricos para os EUA e Canadá.
A indústria química registrou expansão de 5,0% em relação ao mesmo período de 2022, com o aumento nas vendas de fármacos, artigos médicos, perfumaria e cosméticos. Esse movimento incentivou também as importações de instrumentos médicos da China e de medicamentos embalados da Europa. Já o setor de produtos de metal cresceu 4,6% e o de metalurgia 0,9%, na análise interanual, incentivados pelo fornecimento em obras de infraestrutura no país, em especial na construção de rodovias.
A economista do Observatório Fiesc, Camila Morais, ressalta que, apesar dos destaques positivos na indústria do estado, há ainda setores com queda em sua produção, prejudicados, em parte, pelo cenário de desaceleração na economia mundial. “O setor de móveis, por exemplo, possui o maior recuo na análise interanual, -27,6%, prejudicado pelo arrefecimento do setor da construção nos EUA, principal comprador dos produtos do setor catarinense”, explica.