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Economia catarinense projeta crescimento de 2,2% nos últimos quatro trimestres

Foto Freepik

Por: Pedro Leal

12/12/2022 - 09:12 - Atualizada em: 12/12/2022 - 09:14

O PIB catarinense registrou um crescimento estimado de 2,2% no período de 12 meses, encerrado em setembro, na comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDE). O acumulado ficou abaixo do resultado nacional para o mesmo período, apurado pelo IBGE, de 3%.

O resultado estadual demonstra uma acomodação da economia após o resultado expressivo de 2021 – projetado em 8,3% – e o impacto de fatores inibidores sobre a economia, como efeitos da pandemia, da guerra na Ucrânia e a alta da taxa de juros.

De acordo com o economista da SDE Paulo Zoldan, responsável pelo estudo que é divulgado no Boletim Indicadores Econômico-Fiscais, entre as razões desse menor ritmo estão os juros básicos elevados e efeitos internacionais da continuidade da guerra na Ucrânia e da pandemia.

“O resultado do Valor Adicionado desses quatro últimos trimestres no Estado decorreu dos desempenhos da Agropecuária (-1,2%), da Indústria (+0,9%) e dos Serviços (+3%). Observa-se, de modo geral, que o crescimento do setor de serviços, ainda que em desaceleração, exerceu destaque no resultado global no período”, destaca o economista, na publicação.

Os maiores crescimentos foram nos setores de serviços, com altas expressivas nos segmentos de transporte e armazenagem, com alta de 9,2% no período de 12 meses, serviços às famílias, com 23,4%, informação e comunicação com 10% e despesas públicas, com 8,6%.

Já os serviços profissionais e administrativos – dependentes da performance das empresas em outros setores – encolheram 15,6%

Comércio cai com alta de juros

Maior segmento depois de serviços, o comércio penou diante dos juros altos. Nos últimos 12 meses até setembro, segundo o IBGE, o varejo ampliado cresceu 2,5% em Santa Catarina. Durante 2021, teve alta maior, de 8,7%.

Nos últimos 12 meses, vários segmentos encolheram, entre eles móveis e eletrodomésticos, com queda de -10,4%, tecidos, vestuário e calçados, com -7,1%, outros artigos de uso pessoal, com -11%, e materiais de construção, com -5,6%.

Os Supermercados e hipermercados retraíram 0,1%.

Tiveram altas maiores os setores de veículos e peças, com 11,5%, combustíveis e lubrificantes, com 10,1%, artigos farmacêuticos, com 8,8% e produtos para escritório e comunicação, com espantosos 22,3%.

Depois de uma alta de mais de 10% em 2021, a indústria de transformação encolheu. O setor sofreu com a inflação alta e redução do poder de compra das famílias, que são, principalmente, efeitos dos problemas econômicos do exterior.

Os maiores recuos na produção industrial nos 12 meses considerados ocorreram nos dois maiores setores da indústria de Jaraguá do Sul: o têxtil, que caiu -18,3%, e e o líder indisputado, máquinas e aparelhos elétricos, que retraiu -17,3%.

Além destes, o segmento de produtos não-metálicos caiu -8,7% e o segmento de de borracha e plástico retraiu -8,6%.

Os destaques positivos foram a produção de alimentos, com alta de 3,2% e veículos automotores, com 2,4%.

Os fatores climáticos prejudicaram fortemente a agricultura, com queda de 4,3% após perdas nas produções de milho, soja, arroz, trigo, tomate e fumo.

Já a pecuária se beneficiou de maior abertura para exportações, com alta de 2,1%.

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Pedro Leal

Analista de mercado e mestre em jornalismo (universidades de Swansea, País de Gales, e Aarhus, Dinamarca).