Dólar em alta e queda no PIB: entidades afirmam que economia pede aprovação de reformas

As projeções e o cenário econômico não vão bem: pela 11ª vez seguida, foi reduzida a projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) – agora em 1,45%, e na segunda-feira, o dólar fechou perto dos R$ 4, operando em alta na terça-feira.

O Ibovespa, por sua vez, fechou a segunda-feira no seu pior nível desde janeiro: 91.727 pontos, com recuo de 2,69%, o menor nível desde 7 de janeiro, com 91.699.

Parte do cenário desta segunda-feira foi causado por tensões externas – mas o quadro generalizado de pessimismo econômico registrado semana à semana no Boletim Focus do banco central advém de problemas mais graves, avaliam entidades empresariais: a falta de ação na economia e a lentidão nas medidas que estão sendo tomadas.

Na posição do presidente da Associação Empresarial de Jaraguá do Sul (Acijs), Anselmo Ramos, quanto mais tempo levar para que as reformas e medidas necessárias – em especial da reforma da Previdência, mais negativa será a perspectiva.

“Quanto mais tempo demorar para que estas reformas sejam tomadas, mais frustradas serão as perspectivas. Temos uma expectativa de reversão tão logo sejam aprovadas, mas isto ainda nos deixa com apenas alguns meses de crescimento”, avalia.

Segundo o empresário, a expectativa é de que a tendência possa se inverter no segundo semestre do ano – caso a reforma seja aprovada e as finanças do governo estejam em ordem. Ele aponta para as projeções para 2020 e 2021 como sinal disso, mantidas em 2,5%.

“Precisamos entrar em 2020 com um resultado positivo para possibilitar este crescimento, e para isto precisamos de medidas”, afirma.

Para o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina para o Vale do Itapocu, Célio Bayer, esta situação é reflexo da demora na definição de questões importantes para que o Brasil retome sua capacidade econômica.

“Na medida em que reformas estruturantes como a da Previdência, ou que se reformule as legislações tributárias, não se definem na velocidade que o país precisa, isto repercute com preocupação pela sociedade, a confiança também diminui e não há investimentos”, afirma.

Segundo ele, havia uma expectativa de retomada da economia com o novo governo, mas com as dificuldades de aprovação das medidas no Congresso a agenda se tornou vagarosa e gerou desconfiança do mercado – que se agravou nesta semana com tensões internacionais.

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