A Dívida Pública Federal (DPF) do Brasil atingiu um novo recorde em agosto, ultrapassando a marca de R$ 6,2 trilhões, de acordo com o Tesouro Nacional, devido ao baixo volume de vencimento de títulos.
A DPF, que é o montante que o governo deve aos credores internos e externos, cresceu 2,01% em agosto, passando de R$ 6,142 trilhões em julho para R$ 6,265 trilhões no mês passado. Em abril, a dívida já havia superado a marca dos R$ 6 trilhões.
Embora a DPF tenha atingido um novo recorde, ela ainda está abaixo das previsões. De acordo com o Plano Anual de Financiamento (PAF) divulgado em janeiro, a expectativa era de que a dívida encerrasse 2023 em um intervalo entre R$ 6,4 trilhões e R$ 6,8 trilhões.
A Dívida Pública Mobiliária interna (DPMFi) também cresceu 1,94%, passando de R$ 5,913 trilhões em julho para R$ 6,028 trilhões em agosto. Isso ocorreu porque o Tesouro emitiu mais títulos do que resgatou, principalmente títulos prefixados e vinculados à Taxa Selic (juros básicos da economia).
A alta na DPMFi também foi impulsionada pelo reconhecimento de R$ 54,98 bilhões em juros incorporados ao estoque da dívida pública. O Tesouro emitiu R$ 93,556 bilhões em títulos da DPMFi em agosto, o volume mais baixo desde fevereiro, enquanto os resgates somaram R$ 33,822 bilhões.
No mercado externo, a alta do dólar em agosto contribuiu para o aumento da Dívida Pública Federal externa (DPFe), que subiu 3,71%, atingindo R$ 228,96 bilhões em agosto.
O colchão da dívida pública, uma reserva financeira para momentos de turbulência, também subiu em agosto, passando de R$ 991,85 bilhões para R$ 1,025 trilhão. Isso representa uma cobertura de 7,92 meses dos vencimentos da dívida pública.
A composição da DPF também mudou devido ao baixo volume de vencimentos. Os títulos corrigidos pela Taxa Selic subiram levemente para 41,39%, enquanto os títulos prefixados representam 25% do total. A fatia de títulos vinculados à inflação caiu para 29,61%, e o peso do câmbio na dívida pública subiu para 4%.
As instituições financeiras continuam sendo os principais detentores da DPF, com 29% de participação, seguidas pelos fundos de investimento, com 24,9%, e os fundos de pensão, com 22,6%. A participação dos não residentes (estrangeiros) aumentou ligeiramente para 9,3%.
A dívida pública é uma forma de o governo captar dinheiro emprestado de investidores para cumprir suas obrigações financeiras, comprometendo-se a devolver os recursos com correção em algum momento futuro.
*Com informações de Agência Brasil