A pós apresentar sinais de melhora em setembro, o desemprego voltou a crescer em Jaraguá do Sul no mês de outubro. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, o mercado local perdeu 186 postos de trabalho no mês passado. O desempenho negativo foi liderado pela indústria da transformação, responsável pelo fechamento de 121 vagas no período.
Dentre os subsetores, o segmento têxtil apresentou o pior resultado, com a perda de 37 postos de trabalho, indicam os dados ajustados do Caged. Entre janeiro e outubro deste ano, as indústrias têxteis do município foram responsáveis pelo corte de 522 vagas de emprego. Para efeito de comparação, no mesmo período do ano passado o setor havia gerado 65 novos postos de trabalho. Os setores de serviço e construção civil também registraram saldo negativo, de 39 e 26 vagas, respectivamente.
Este ano, Jaraguá do Sul acumula a perda de 2.202 postos de trabalho. O número representa quase o dobro das vagas encerradas entre janeiro e outubro de 2015, quando o mercado cortou 1.199 postos de trabalho. O saldo para os últimos doze meses também ficou pior este ano: foram 4.270 postos encerrados no período. Em outubro de 2015, a soma dos 12 meses anteriores totalizou um saldo negativo de 3.078 vagas – uma diferença de 1.192 postos.
Jaraguá do Sul acumula a perda de 2.202 postos. O número representa quase o dobro das vagas encerradas no mesmo período em 2015
Outubro teve saldo positivo no Estado
Santa Catarina registrou um saldo de 1.267 empregos em outubro, conforme os dados do Ministério do Trabalho. Foram 69.505 trabalhadores contratados e 68.238 desligados no Estado. O resultado é bastante positivo, se comparado a outubro do ano passado, quando o mercado catarinense registrou um déficit de 4.475 vagas formais.
Dentre os setores que registraram mais contratações do que demissões, o melhor saldo ficou com o segmento agropecuário, com 1.561 novos postos, seguido de perto pelo comércio, que ganhou 1.530 vagas formais.
O setor de construção civil teve o pior saldo para o mês, com 808 vagas fechadas. Outro setor que apresentou queda no emprego foi a indústria da transformação, que perdeu 776 de postos de trabalho.
No acumulado de janeiro e outubro deste ano, Santa Catarina apresenta um déficit de 5.254 vagas no quadro geral do emprego formal.
Durante este período, o comércio liderou o número de demissões e foi responsável pelo encerramento de 7.668 vagas. Por outro lado, a indústria da transformação acumula no ano 5.146 novas vagas geradas no Estado, indicam os números do Caged.
Renda do trabalhador teve redução de 5%
A renda real — corrigida pela inflação — dos trabalhadores brasileiros caiu 5% em 2015 na comparação com 2014 e foi a primeira redução em 11 anos. Os dados constam na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O rendimento de todos os trabalhos passou de R$ 1.950 para R$ 1.853. Já o de todas as fontes, que inclui aposentadorias, recebimento de aluguéis, juros e benefícios sociais, entre outros, passou de R$ 1.845 para R$ 1.746 (-5,4%). O rendimento domiciliar foi de R$ 3.443 para R$ 3.186 (-7,5%).
Todas as categorias do emprego acusaram redução no rendimento médio mensal real do trabalho principal, com destaque para os trabalhadores domésticos com carteira assinada (-3,1%). Segundo o IBGE, a queda está diretamente relacionada com a diminuição da população ocupada no país no ano passado. Todas as grandes regiões apresentaram redução do rendimento médio mensal real de todos os trabalhos: 7,2% no Norte (de R$ 1.565 para R$ 1.453); 5,6% no Nordeste (de R$ 1.295 para R$ 1.223), 5,4% no Sudeste (de R$ 2.239 para R$ 2.117); 3,3% na região Sul (de R$ 2.149 para R$ 2.079) e 3,5% no Centro-Oeste (de R$ 2.284 para R$ 2.203).