O mercado de carros elétricos cresce rapidamente no Brasil. Em 2023, as vendas de veículos eletrificados (híbridos e elétricos) responderam por 4,3% do total no Brasil, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Enquanto que nos primeiros nove meses de 2024, a participação subiu para 7,2%. A satisfação dos clientes também é notada pelos comerciantes.
“A gente teve grande diferença de vendas de 2024 para 2023. Isso já se percebeu. A aceitação do carro é espetacular. Posso falar, bem tranquilamente, que os nossos clientes são 100% de satisfação. A gente não encontra cliente dizendo que o carro tem isso, o carro tem aquilo. Não. É só elogio. A gente pode falar tranquilamente”, comenta Marcel Costa, gerente comercial da GWM/Tozzo.
As vendas de veículos híbridos e elétricos leves no Brasil poderão ultrapassar as de veículos a combustão até o fim desta década, atingindo 1,5 milhão de unidades em 2030, segundo estudo elaborado pela consultoria Boston Consulting Group (BCG) a pedido da Anfavea. Esse percentual pode aumentar para mais de 90% em 2040, dependendo de condicionantes como adoção de novas tecnologias de motorização e de biocombustíveis.
“A GWM é uma marca que prioriza os carros híbridos. A gente tem dois modelos, hoje, no comércio e com previsão de mais novos dois lançamentos pro ano que vem. Um deles hoje que a gente está em comércio é o Haval. Esse é o carro híbrido: Haval H6”, destaca Marcel. “A outra versão que é comercializada hoje é o Ora. Claro que a gente tem as subdivisões deles, as versões de cada modelo, e esse, sim, é 100% elétrico. A gente tem uma aceitação muito boa nesses carros”, completa.
A partir do começo de 2025, a GWM terá fábrica no Brasil, o que deve aumentar ainda mais as vendas. “A gente está com a fábrica de Iracemápolis (interior de São Paulo) praticamente pronta. Está em fase de contratação de pessoal. A gente vai produzir esse carro no Brasil, a partir do ano que vem. Já no início do ano, segundo trimestre, provavelmente, vamos entregar as primeiras unidades nacionais”, pontua. Atualmente, os carros da marca são importados da China.
Baterias devem durar de 30 a 40 anos
Muitos interessados em adquirir um carro elétrico se preocupam com a vida útil da bateria. Marcel, porém, trata de desvendar esse mito. “Uma dúvida que sempre vai pegar, para todos os clientes, é a duração da bateria. ‘Ah, eu vou comprar carro elétrico eletrificado e daqui cinco ou oito anos, eu tenho que trocar a bateria que custa oitenta mil reais?’. Isso é mito. É completamente uma inverdade, porque, hoje, as tecnologias de bateria são iguais uma bateria de celular, com a diferença que a gente utiliza de uma forma menos brusca o carro do que o celular. Por quê? O celular a gente chega a carregar até duas vezes ao dia, que é isso que vai contar no desempenho da bateria. E o carro, é fácil a gente encontrar cliente que carrega o carro uma vez a cada dez dias, uma vez a cada 15 dias. Então isso acaba prolongando muito a vida útil de uma bateria”, pontua.
Marcel enfatiza que a bateria é feita com os mesmos componentes da bateria de celular. “Hoje, na GWM as baterias são de íons de lítio com magnésio. É exatamente a mesma bateria do celular, muda o tamanho dela, somente isso. A estrutura é a mesma coisa. Então, quando a gente fala, por exemplo, em 4000 ciclos de recarga, em um celular, você carregando ele duas vezes ao dia, atinge a vida útil em dois anos ou dois anos e meio. Em um carro, para quem utiliza muito o carro, vai carregar duas vezes por semana. Não estamos falando de representante comercial, por exemplo, ou transporte de pessoas, que daí é um uso extremo. Vamos fazer uma conta básica: carrega duas vezes por semana, oito vezes no mês, vamos arredondar para cem carregamentos no ano. Vai atingir 4000 ciclos em 40 anos. Então, pode ficar bem tranquilo que, com a tecnologia de bateria que a gente tem hoje, não há problema algum de a gente ficar na mão nas baterias”, diz.
Modelos híbridos estão em destaque
A principal diferença entre carros elétricos e híbridos é a fonte de energia utilizada. Os carros elétricos são movidos exclusivamente por baterias recarregáveis, não emitindo poluentes durante a operação. Já os híbridos usam uma combinação de motor elétrico e motor à combustão, podendo ser abastecidos com energia elétrica ou combustíveis convencionais.
A pouca quantidade de local para abastecimento faz com que os brasileiros prefiram, ainda, os carros híbridos. “A gente tem a procura dos dois. Hoje, no Brasil, a gente enxerga uma procura pelo híbrido um pouquinho maior, em relação elétrico, que é justificado pelos postos de recarga e de reabastecimento elétrico. Ainda temos poucos. A gente depende muito da iniciativa privada para vários produtos e projetos. Essa é uma cobrança que a gente tem bastante em cima das fábricas, mas, justamente por causa desses pontos de recarga, a gente tem visto uma divisão de perfil”, ressalta Marcel.
Quem utiliza o carro mais na zona urbana, acaba optando pelos elétricos, mas quem pega a estrada com frequência, escolhe o hibrido.
“Aquele cliente urbano, que consegue utilizar tranquilamente carro elétrico, porque dentro das cidades a gente vai ter os postos de recarga mais facilmente. Na GWM, sempre que o veículo é plug in, que se conecta à rede pra fazer a recarga, ele vai ter cortesia e ‘all box’ pra botar em casa. Então, ele vai ter o reabastecimento em casa tranquilo. O carro elétrico, como carro em combustão a gente não vai deixar a bateria acabar, como a gente não deixa a gasolina do carro acabar. A mecânica vai ser a mesma. Então, dentro da cidade a gente consegue fazer uma administração bem tranquila em cima disso. E quando a gente fala de um cliente que vá ter a necessidade de encarar uma estrada, de utilizar o carro na estrada com mais frequência, acaba tendo os veículos híbridos como uma alternativa muito viável, por realmente não ficarem na dependência de postos e pontos de recarga”, finaliza.
* Informações do Portal TNSul