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Corte de incentivos fiscais compromete crescimento da indústria, diz Fiesc

Foto: Marco Favero/Arquivo/Secom

Por: Pedro Leal

19/12/2025 - 20:12 - Atualizada em: 19/12/2025 - 20:41

A Federação das Indústrias de SC (FIESC) discorda da aprovação, na Câmara dos Deputados, do Projeto de Lei Complementar (PLP) 128/2025, que reduz linearmente, em 10%, os incentivos fiscais federais de diversos setores e aumenta para 17,5% a tributação dos Juros sobre Capital Próprio (JCP).

Para a Fiesc, a reavaliação dos incentivos fiscais deve ser feita caso a caso, para que seja possível identificar a necessidade e eficiência de cada um deles. O corte linear, na visão da FIESC, afeta projetos que têm cumprido com seus objetivos e contribuem para o desenvolvimento econômico da indústria e do país, como os voltados à inovação. A Federação lembra que a medida vai contra a atual política industrial do país, a Nova Indústria Brasil (NIB), que tem na inovação um de seus pilares.

Outra preocupação da Fiesc é a insegurança jurídica gerada pelo corte, pois altera as regras do jogo para investimentos já planejados ou em execução.

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“Quando uma empresa planeja um investimento, ela leva em conta os incentivos fiscais e a carga tributária para definir a execução do projeto. O corte invalida o plano de negócios original e reduz a previsibilidade do retorno sobre o investimento. Esse tipo de situação afasta novos investidores e deixa em espera planos de expansão que gerariam mais emprego e tributos”, explica o presidente da entidade, Gilberto Seleme.

Penalizar o capital

A Fiesc destaca ainda que, em um cenário de taxa de juros extremamente elevada, o financiamento com recursos de terceiros, como empréstimos bancários, é praticamente inviável.

“O aumento da tributação de juros sobre o capital próprio (JCP) inibe novos investimentos do setor produtivo e diminui o potencial de crescimento da economia”, afirma Seleme.

Com o aumento da tributação e redução dos incentivos fiscais, o setor produtivo vai pagar, mais uma vez, pelo ajuste das contas públicas. Na avaliação da FIESC, o executivo deveria atuar para conter o crescimento dos gastos e ajustar o orçamento para o próximo ano com corte de despesas. Projeções da Confederação Nacional da Indústria (CNI), apontam que as despesas federais devem ter crescimento real de 4,6% em 2026.

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Pedro Leal

Analista de mercado e mestre em jornalismo (universidades de Swansea, País de Gales, e Aarhus, Dinamarca).