Corretora de criptomoedas deve pagar US$ 4,3 bilhões à Justiça dos EUA por lavagem de dinheiro

Foto: Pixabay

Por: Pedro Leal

24/02/2024 - 16:02 - Atualizada em: 24/02/2024 - 16:34

A Justiça americana homologou um acordo por meio do qual a Binance, a maior corretora de criptomoedas do mundo, vai pagar US$ 4,3 bilhões. As informações são do portal Metrópoles e da Bloomberg

A pena, por conta de Lavagem de dinheiro para grupos terroristas, é uma das maiores penalidades aplicadas a empresas na história do país.

A multa diz respeito a um processo encerrado no fim de 2023; a Binance e seu fundador, o chinês Changpeng Zhao, admitiram a culpa em acusações de falha no combate à lavagem de dinheiro, após uma investigação iniciada em 2021 que concluiu que a empresa teria permitido transações com o Hamas e outros grupos terroristas por meio da plataforma.

O acordo prevê ainda que a área de conformidade (compliance) da empresa seja monitorada por até cinco anos. A tarefa caberá, por ora, ao escritório de advocacia Sullivan & Cromwell, de Nova York. O nome do monitor, contudo, ainda não foi confirmado.

No processo, os promotores alegaram que a atuação da corretora deixou o setor financeiro vulnerável “àqueles que procuram explorar o sistema para seu próprio ganho”.

Eles observaram que a ação da Binance foi “intencional e liderada por executivos seniores, com centenas de milhões de dólares em consequências colaterais”.

“Esse é realmente um caso em que a ética da empresa foi comprometida pela ganância”, afirmou o juiz Richard Jones, na audiência da sentença, que ocorreu em Seattle, na sexta-feira (23/2).

Josh Eaton, vice-consultor da Binance, disse ao juiz Jones que a empresa aceitava a responsabilidade por seu passado.

Pelo fato de ter admitido a culpa nas acusações, em novembro do ano passado, Changpeng Zhao, o fundador da empresa, não deverá cumprir uma pena estimada em 18 meses de prisão.

No acordo feito com a Justiça, ele renunciou ao cargo de CEO da Binance e concordou em pagar uma multa de US$ 50 milhões.

 

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Pedro Leal

Analista de mercado e mestre em jornalismo (universidades de Swansea, País de Gales, e Aarhus, Dinamarca).