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Copom aponta recuperação parcial da economia e projeta alta na inflação

Foto Freepik

Por: Pedro Leal

22/09/2020 - 11:09 - Atualizada em: 22/09/2020 - 11:53

A economia brasileira apresenta recuperação parcial, assim como ocorre em outros países.

A avaliação é do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), na ata da última reunião, divulgada nesta terça-feira (22). No último dia 16, o Copom decidiu manter a taxa básica de juros, a Selic, em 2% ao ano.

“Em relação à atividade econômica brasileira, indicadores recentes sugerem uma recuperação parcial, com padrão similar à que ocorre em outras economias, onde os setores mais diretamente afetados pelo distanciamento social permanecem deprimidos”, diz o Copom.

Na ata, o Copom ressalta que a inflação ao consumidor deve se elevar no curto prazo.

“Contribuem para esse movimento a alta temporária nos preços dos alimentos e a normalização parcial do preço de alguns serviços em um contexto de recuperação dos índices de mobilidade e do nível de atividade. Os preços administrados devem apresentar variação contida, destacando-se o recuo nas tarifas de plano de saúde em setembro e a queda projetada para o preço da gasolina a partir de outubro”, diz o Copom.

Para o Copom, os programas governamentais de recomposição de renda, como o auxílio emergencial, “têm permitido uma retomada relativamente forte do consumo de bens duráveis e do investimento”.

“Contudo, várias atividades do setor de serviços, sobretudo aquelas mais diretamente afetadas pelo distanciamento social, permanecem bastante deprimidas. Prospectivamente, a pouca previsibilidade associada à evolução da pandemia e à necessária redução nos auxílios emergenciais a partir do final desse ano aumentam a incerteza sobre a velocidade de retomada da atividade econômica. O comitê ponderou que esta imprevisibilidade e os riscos associados à evolução da pandemia podem implicar um cenário doméstico caracterizado por uma retomada ainda mais gradual da economia”, avalia.

Em agosto, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 0,24%, a maior taxa para o mês desde 2016 (0,44%). O IPCA acumulou taxas de inflação de 0,70% no ano e de 2,44% em 12 meses. Em agosto, a inflação foi influenciada principalmente pelo aumento do custo dos transportes (0,82%) e dos alimentos (0,78%).

O comitê reconhece que pode haver necessidade de reduções na taxa básica de juros, a Selic, mas por “questões prudenciais e de estabilidade financeira”, se houver mais cortes, serão pequenos e de graduais.

“O Copom entende que a conjuntura econômica continua a prescrever estímulo monetário extraordinariamente elevado [taxa Selic baixa], mas reconhece que, devido a questões prudenciais e de estabilidade financeira, o espaço remanescente para utilização da política monetária, se houver, deve ser pequeno. Consequentemente, eventuais ajustes futuros no atual grau de estímulo ocorreriam com gradualismo adicional e dependerão da percepção sobre a trajetória fiscal [contas públicas sob controle], assim como de novas informações que alterem a atual avaliação do Copom sobre a inflação prospectiva”, diz o Copom.

 

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Pedro Leal

Analista de mercado e mestre em jornalismo (universidades de Swansea, País de Gales, e Aarhus, Dinamarca).