As contas externas de abril de 2025 apresentaram déficit de US$ 1,3 bilhão. No mesmo mês do ano anterior, o saldo das transações correntes – compras e vendas de mercadorias e serviços, e transferências de renda com outros países – também estava negativo, em US$ 1,7 bilhão.
Com isso, na comparação interanual com abril de 2024, foi registrada uma variação superavitária de US$ 352 milhões.
De acordo com o Banco Central (BC), houve recuo no déficit relativo a renda primária (US$ 550 milhões) e no de serviços (US$ 98 milhões); bem como aumento do superávit em renda secundária (US$ 79 milhões).
Tendo como recorte os 12 meses encerrados em abril, o déficit em transações correntes ficou em US$ 68,5 bilhões, valor que corresponde a 3,22% do Produto Interno Bruto – PIB, a soma dos bens e serviços produzidos no país.
Em março, o déficit estava em US$ 68,9 bilhões (3,23% do PIB). Em abril de 2024, ele estava em US$ 26,7 bilhões (1,18% do PIB).
Balança comercial
No caso da balança comercial de bens, o resultado apresentado em abril foi superavitário em US$ 7,4 bilhões, frente a US$ 7,8 bilhões registrados no mesmo mês de 2024.
“As exportações de bens totalizaram US$ 30,6 bilhões, mantendo-se no patamar de abril do ano anterior, enquanto as importações de bens aumentaram 1,5%, somando US$ 23,2 bilhões”, informou o BC.
Já o resultado na conta de serviços foi deficitário, totalizando US$ 4,2 bilhões em abril de 2025, o que corresponde a uma redução de US$ 98 milhões, na comparação com igual mês de 2024.
“Nessa base de comparação, aumentaram as despesas líquidas de serviços de transporte, 8,2%, totalizando US$1,2 bilhão; de propriedade intelectual, 18,0%, totalizando US$ 1,1 bilhão; de aluguel de equipamentos, 13,6%, totalizando US$ 973 milhões; e de telecomunicação, computação e informações, 30,9%, acumulando US$ 666 milhões”, detalhou o BC.
Renda primária
Segundo a autoridade monetária, o déficit em renda primária somou US$ 5 bilhões em abril, resultado que representa uma redução interanual de 9,9%.
Despesas líquidas de lucros e dividendos associadas a investimentos direto e em carteira, totalizaram US$ 3,3 bilhões. Em abril de 2024, o valor estava maior, totalizando US$ 3,7 bilhões.
Já as despesas líquidas com juros ficaram em US$ 1,7 bilhão, resultado 9,4% inferior ao registrado em abril de 2024 (US$ 1,8 bilhão).
Investimentos diretos
Os investimentos diretos no país (IDP) totalizaram US$ 5,5 bilhões em abril (ingressos líquidos) no mês. Em abril de 2024, essa entrada de recursos estava em US$ 3,9 bilhões.
“Houve ingressos líquidos de US$ 6,6 bilhões em participação no capital e saída líquida de US$1,1 bilhão em operações intercompanhia. O IDP acumulado em 12 meses totalizou US$ 69,8 bilhões (3,29% do PIB) em abril de 2025, ante US$ 68,2 bilhões (3,19% do PIB) em março de 2025 e US$ 63,2 bilhões (2,80% do PIB) em abril de 2024”, detalhou a autoridade monetária.
Já os investimentos em carteira no país somaram ingressos líquidos de US$ 509 milhões no mês passado. Os investimentos em ações e fundos de investimento no mercado doméstico acumularam saída líquida de US$ 1,4 bilhão, enquanto os investimentos em títulos no mercado doméstico registraram ingresso líquido de US$ 2 bilhões.
No acumulado de 12 meses (encerrados em abril), os investimentos em carteira no mercado doméstico tiveram ingressos líquidos de US$ 1 bilhão.
O estoque de reservas internacionais atingiu US$ 340,8 bilhões em abril, o que corresponde a um aumento de US$ 4,6 bilhões na comparação com março de 2025. “Contribuíram para aumentar o estoque de reservas as variações por paridades, US$ 3,1 bilhões, por preços, US$ 596 milhões, e as receitas de juros, US$ 741 milhões”, justificou o BC.