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Confiança do empresário catarinense cai, mas Jaraguá do Sul está em situação menos negativa

Foto Divulgação

Por: Pedro Leal

26/04/2018 - 05:04

O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) de Santa Catarina passou de 65,7 pontos em março para 60,8 pontos em abril. É a terceira queda consecutiva em 2019, informa pesquisa da Fiesc, divulgada esta semana.

Os indicadores variam de zero a cem pontos. Quanto mais acima dos 50 pontos, maior é a confiança dos empresários.

O índice catarinense permanece alto, mas esta é uma das maiores quedas registradas na série histórica, iniciada 2010.

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Dos componentes do ICEI, houve queda de 2,9 pontos do indicador de condições atuais, influenciada pela percepção dos empresários em relação à economia brasileira.

A queda na confiança geral, contudo, foi puxada pelo indicador de expectativas futuras, que apresentou retração de 6 pontos.

Neste caso, o menor otimismo está ligado à economia nacional (-6,6 pontos), mas as expectativas para a economia do estado (-5,2 pontos) e das empresas (-5,6 pontos) também sofreram reduções significativas.

Em Jaraguá do Sul, o panorama é menos desolador, acredita o vice-presidente da entidade para o Vale do Itapocu, Célio Bayer.

“Estamos gerando emprego de forma positiva, e diria que a nossa matriz econômica, nos setores de energia, bens de capital e metalurgia esta tendo uma tendo uma demanda aquecida com este momento de recuperação”, comenta.

Em março, enquanto o Estado fechava 2.976 postos de trabalho, Jaraguá do Sul encerrava o mês com geração de 134 empregos.

A região em que o município está inserido, no norte catarinense, goza da segunda maior taxa de crescimento do estado.

Enquanto estado de Santa Catarina cresceu 7,1% em 2018, a região Norte – na qual está incluso o Vale do Itapocu – cresceu 8,23%. Os dados fazem parte do Índice de Performance Econômica de Santa Catarina (Iper-SC).

A região Norte é composta pelos municípios de Araquari, Balneário Barra do Sul, Barra Velha, Corupá, Garuva, Guaramirim, Itapoá, Jaraguá do Sul, Joinville, Massaranduba, São Francisco, São João do Itaperiú e Schroeder.

Mercado aguardava mudanças mais rápidas

Bayer nota que parte do problema foram expectativas não cumpridas quanto aos rumos do país.

“Eu tenho a certeza de que após o período de uma certa crise e um período de recuperação em 2017 e 2018 e o novo governo, havia uma grande expectativa de mudanças, mas com a frustração destas expectativas tivemos uma queda na confiança”, explica

O empresário se refere à promessa de reformas econômicas nacionais e de investimentos regionais – ambas expectativas que descreve como frustradas.

Das reformas prometidas nos últimos anos, apenas a trabalhista teve avanços significativos – aprovada ainda no governo Temer. A da Previdência segue em discussão, e a tributária mal tem sido discutida.

Ao mesmo tempo, os investimentos estruturais para a região seguem em passos lentos: não há previsão para o fim das obras na BR-280, e a SC-108 segue em obras após um deslizamento no mês de fevereiro.

O ICEI nacional recuou para 58,4 pontos em abril. Esta é a terceira queda consecutiva do indicador, que caiu 0,2 ponto em fevereiro, 2,6 pontos em março e 3,5 pontos em abril.

Com a maior queda dos últimos meses, conforme pesquisa divulgada nesta segunda-feira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o índice totaliza 6,3 pontos de recuo nos últimos.

 

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Pedro Leal

Analista de mercado e mestre em jornalismo (universidades de Swansea, País de Gales, e Aarhus, Dinamarca).