A conectividade é o elo que falta para destravar o próximo salto de produtividade do agro brasileiro — especialmente entre pequenos e médios produtores. Essa foi a principal conclusão do painel Agrotech, realizado nesta quinta-feira (27), no Estadão Summit Agro, em São Paulo.
Durante o debate, executivos e especialistas reforçaram que o país já dispõe de demanda, máquinas avançadas, inteligência artificial e ferramentas de agricultura de precisão. O ponto crítico, porém, permanece o mesmo: sem internet no campo, o potencial tecnológico não se converte em resultados.
José Carlos Bueno, diretor comercial da PTx para a América do Sul, destacou que a falta de conectividade ainda limita o avanço do setor. “A ausência de conectividade trava diversos potenciais. Foi um ano desafiador, mas o futuro é promissor porque o uso de tecnologia cresce no agro brasileiro”, afirmou.
Segundo Bueno, a conectividade integral é o que permite aplicar a agricultura de precisão em sua máxima eficiência, ampliando a automação, a coleta de dados em tempo real e a economia de insumos. “Com digitalização plena, o produtor mensura melhor os riscos climáticos e operacionais”, completou.
Os painelistas ressaltaram que o PIB do agronegócio — hoje cerca de 25% do PIB nacional — poderia ser “muito maior, até difícil de imaginar” com a universalização da rede nas áreas rurais.
Mesmo com avanços, o desafio permanece. Dados do Indicador de Conectividade Rural (ICR), da ConectarAGRO, mostram que a área agrícola atendida por 4G ou 5G passou de 18,7% para 33,9% em um ano — crescimento expressivo, mas ainda insuficiente para atender todo o território produtivo.