Comércio jaraguaense começa a reagir com abertura de 84 novas lojas

Por: Pedro Leal

22/08/2018 - 05:08 - Atualizada em: 22/08/2018 - 11:23

Jaraguá do Sul oficializou a abertura de 84 novos estabelecimentos comerciais ao longo de 2018, de acordo com informações da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços.

Em 2017, até o fim de julho foram feitas 58 novas inscrições no setor, encerrando o ano com 139 novos estabelecimentos. Em 2016, foram 135 nos primeiros sete meses do ano, e 247 até o fim do ano.

Santa Catarina abriu 850 lojas no primeiro semestre de 2018 – uma média de uma a cada cinco horas. Com o resultado, o estado registra o segundo maior saldo entre aberturas e fechamentos de estabelecimentos comerciais com vínculo empregatício, atrás apenas de São Paulo, com 2.468. Os dados são de pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Segundo presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Jaraguá do Sul, Gabriel Seifert, esse panorama vem em sintonia com o que está acontecendo no município. “Depois do fechamento de inúmeras lojas durante a crise, a retomada vem acontecendo”, comenta. A entidade não tem um levantamento quanto a situação de aberturas.

Os novos comerciantes avaliam de forma positiva o cenário atual do comércio local. Segundo a empresária Kelen Nunes, proprietária da franquia de chocolates no Calçadão da Marechal, em operação há quatro meses, o negócio tem se demonstrado satisfatório.

“Ainda estamos em fase de estabelecimento, mas estamos tendo uma boa movimentação. Ainda vai levar um ano para dizer se dá retorno, mas por ora está superando as expectativas”, diz.

Passando do shopping – onde operavam desde 2013 – para o Calçadão há cinco meses, uma empresa de bordados e personalizados avalia positivamente o espaço de rua, apesar do prestígio relativamente menor.

“Nós ficávamos em uma área meio escondida do shopping, então aqui meio que equaliza o movimento”, avalia a empresária Letícia da Motta. Segundo a lojista, a movimentação poderia ser melhor, mas “não dá para reclamar”.

Aluguel pesa no bolso

Nem todas as histórias são de sucesso, no entanto. Na tarde desta terça-feira, proprietárias de uma loja preparavam mudança do espaço na Marechal para outro menor e com preços mais amigáveis.

“O espaço era muito grande, não compensava para nós essa loja, pois pagávamos mais do que quando tínhamos uma loja menor para ter o mesmo retorno”, avalia a proprietária, Rosileia Schiodini Miller. Agora, está negociando outro espaço nas proximidades.

No Calçadão da Marechal, a reportagem encontrou nesta terça-feira um total de nove lojas e três salas comerciais (usadas para escritórios e prestadores de serviço) para locação – contabilizando aí a loja de Roseli.

Em julho de 2016, eram 10 lojas vagas no calçadão – e 43 contando a Reinoldo Rau, segundo apurado por reportagem do OCP.

Consultas em sites de imóveis demonstram um total de 36 imóveis comerciais para locação, com uma faixa de preços que começa na casa dos R$ 650 até R$ 5.500 ou mais para salas comerciais e lojas nas proximidades do centro.

Enquanto Santa Catarina e São Paulo registram saldos positivos na abertura de comércios, em outros estados o cenário não é tão positivo. No estado com pior resultado, o Rio de Janeiro, a primeira metade do ano registrou o fechamento líquido de 1.038 estabelecimentos.

Em função do atual cenário de lenta recuperação econômica e de cautela nos investimentos, a CNC reduziu sua previsão de abertura de 20,7 mil pontos de venda no varejo brasileiro para a 5,2 mil lojas ao fim deste ano – uma queda de 75% na projeção.

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