Com temor de recessão, Bolsas iniciam semana em queda vertiginosa

Crédito: Marcello Casal jr/Agência Brasil

Por: Pedro Leal

05/08/2024 - 14:08

Com temores de uma nova recessão nos EUA permeando o mercado nesta segunda-feira, bolsas de valores da Ásia, Oceania e Europa despencaram, juntamente com os índices futuros das bolsas de Nova York.

As informações são da Reuters e da AFP.

Em vários mercados, circuit breakers – mecanismo disparado pela bolsa para interromper o pregão sempre que ocorrem oscilações muito bruscas e atípicas no mercado de ações – tiveram de ser acionados.

  • No índice Nikkei 225, de Tóquio, a queda foi de 11,6% — índice não era visto desde a crise financeira global de 2011. No pico da movimentação, a queda chegou 12,4%, retração que não era vista desde 1987, início da crise japonesa chamada “a década perdida” (失われた10年, Ushinawareta Jūnen)
  • No Topix, também na capital japonesa, os papéis despencaram mais de 7%;
  • Por sua vez, os índices futuros das bolsas de Nova York abriram em queda: – 3,7% na Nasdaq, – 1,8% na S&P e – 0,76% na Dow Jones;
  • Em Taiwan, o índice Taiex despencou 5,7%;
  • Em Hong Kong, o Hang Seng perdeu 2,1%;
  • Na Austrália, o S&P/ASX200 recuou 1.3%;
  • Na Coreia do Sul, o Kospi caiu 3,4%.
  • As ações europeias abriram em baixa: CAC 40 da França (- 2,1%), IBEX da Espanha (- 2,8%) e FTSE 100 do Reino Unido (- 1,7%).

As movimentações se dão em resposta a dois fatores na economia americana: os juros altos que visam conter a inflação e a divulgação de dados fracos sobre geração de empregos última sexta-feira (2).

Os dois indicadores levaram a temores de recessão e ao afastamento de investimentos de risco. Segundo a rede Bloomberg, este movimento foi agravado pelas tensões no Oriente Médio e, no caso da bolsa japonesa, pela alta do iene.

“Aumentamos nossas probabilidades de recessão em 12 meses em 10 pontos porcentuais para 25%”, disseram analistas do Goldman Sachs em uma nota. O Banco JPMorgan foi mais pessimista, atribuindo uma probabilidade de 50% a uma recessão nos EUA.

 

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Pedro Leal

Analista de mercado e mestre em jornalismo (universidades de Swansea, País de Gales, e Aarhus, Dinamarca).