Com safra forte, está aberta a temporada de colheita do arroz na região

Foto Arquivo OCP News

Por: Pedro Leal

16/01/2019 - 05:01

A temporada de colheita de arroz teve início esta semana, com uma produção “de boa qualidade e uma safra dentro do esperado”, afirma o presidente da Cooperativa Juriti, Orlando Giovanella. A colheita segue até maio, e segundo o rizicultor, neste período é possível que a qualidade da safra mude por fatores climáticos.

Fazendo a colheita na tarde de terça-feira (15), o rizicultor Clodoaldo Bordim se diz  pouco esperançoso com os preços. “A gente espera que os preços deem uma melhorada, temos uma safra cheia com um produto de boa qualidade, mas não me parece que o preço vá abrir bom”, diz.

Ele ressalta que a cooperativa tem mais conhecimento das flutuações do mercado, mas que sua experiência parece indicar um preço fraco no começo do ano. “Tomara que não seja, mas o momento parece indicar que vai cair e talvez aumente no meio do ano”.

Segundo Giovanella, o mercado parece indicar preços menores do que os do final do ano passado – mas acima dos registrados no começo de 2018. Os preços da saca de 50 quilos de arroz irrigado fecharam o ano 9% acima do valor que tinham ao começo de 2018, cotadas à R$ 40,39.

Em janeiro de 2018, estavam cotadas a R$ 36,75. Ao mesmo tempo, os preços vigentes em dezembro ficaram 7,42% abaixo do pico registrado em 2018, em outubro, de R$ 43,86, e 20,4% abaixo do pico histórico, em agosto de 2016, de R$ 50,25. Os preços oficiais para janeiro devem fechar na próxima semana.

Ele nota que ainda é cedo para dizer como devem ficar os preços ao longo do ano, mas aponta que o impacto das chuvas no Rio Grande do Sul, maior produtor do país, podem resultar em uma alta ao longo do ano.

Quanto ao calor que tem atingido a região, Giovanella nota que, por ser acompanhado de noites mais frescas e períodos de chuva, o impacto deve ser reduzido. “Em 2010 eu perdi 14 mil sacas por conta do calor, mas naquele ano tivemos 14 dias ininterruptos de calor forte”, lembra.

No ano passado, para combater os preços baixos, o estado recorreu à exportação, com retorno de US$ 24 milhões.

Ao mesmo tempo, os custos dos insumos aumentaram, particularmente o do diesel, que acumulou no ano alta de 3,75%. O fertilizante e a uréia, por sua vez, fecharam o ano em R$ 38,50 o saco e R$ 79,50 o saco, respectivamente.

Despesas aumentam

Outro fator que tem afetado os custos para os rizicultores é a dependência do transporte rodoviário, com custo médio de R$ 13,50 por fardo de 30 quilos, que tem efeitos menores sobre os produtores da região.

“Como nossos principais clientes são Curitiba, que fica perto, e o nordeste, que recebe tudo por cabotagem, o impacto não é tão grande, mas os custos poderiam ser menores se houvessem outros modais”, diz Giovanella.

O mesmo fardo, transportado por cabotagem – transporte marítimo entre portos em um mesmo país -, incorre em uma despesa de R$ 8,50.

Projeções para a safra

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a estimativa para 2019 é de que o país tenha uma produção de 11,2 milhões de toneladas do grão, com rendimento médio de 6 369 kg/hectare – os números representam uma queda de 4,8% na safra e um aumento de 1,4% na produtividade, em relação a 2018.

Santa Catarina, segundo produtor nacional, estimou uma produção de 1,1 milhão de toneladas, e um rendimento médio de 7 663 kg/ha, praticamente mantendo-se o obtido na safra de 2018. O estado conta com 143.725 hectares de área plantada,  dos quais 143.575 foram colhidos na safra de 2018.

Santa Catarina se destaca como o único estado a projetar leve aumento na safra na comparação com 2018: segundo dados do IBGE, a colheita de 2018 somou 1,093 milhão de toneladas do grão, e o órgão prevê uma safra de 1,1 milhão de toneladas do grão para 2019 – um crescimento de cerca de 0,5%. As projeções são arredondadas.

O terceiro prognóstico para a safra 2019, a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas foi estimada em 233,4 milhões de toneladas, 3,1% acima da safra de 2018, o que representa 7,0 milhões de toneladas a mais.

O crescimento deve-se, principalmente, às maiores estimativas de produções do milho (6,9 milhões de toneladas), caroço de algodão (199,7 mil toneladas) e soja (945,6 mil toneladas).

 

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