Segundo estimativas da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), os 10 dias de paralisação da indústria do Estado em decorrência do movimento dos caminhoneiros significaram uma perda de R$ 1,67 bilhão para o setor.
O levantamento mostra que o valor do prejuízo exige que o ritmo de crescimento da indústria em 2018 seja de 2,8% apenas para equiparar as perdas, isso sem contar os insumos e produtos perecíveis que foram perdidos.
“Precisamos que o setor público facilite a obtenção de crédito. Quer dizer, o governo pode ajudar junto ao BNDES e Badesc no sentido de facilitar o acesso, sobretudo, ao capital de giro. Hoje, sem faturamento, as empresas não têm liquidez”, afirmou o presidente da FIESC, Glauco José Côrte, que participou da reunião entre o setor produtivo e o governador Eduardo Pinho Moreira, na última sexta-feira (1º), em Florianópolis.
Côrte ressaltou que é possível examinar junto ao governo a possibilidade de prolongar o período de recolhimento de tributos. “As empresas tendem a priorizar o pagamento da sua folha de pessoal, o que é compreensível”, completou. Segundo ele, a retomada completa depende de cada setor. Alguns têm a capacidade maior de reinício das suas operações, mas, na média, a retomada da produção deve ocorrer no período de um ou dois meses.
Na reunião, o governo informou que vai lançar campanha para valorizar a compra da produção da indústria local. Ainda no encontro, o presidente da FIESC defendeu a retomada do projeto de redução de 17% para 12% do ICMS cobrado nas operações de venda da indústria e de atacados de Santa Catarina para o varejo, nivelando a alíquota àquela cobrada quando o comércio compra produtos de outros Estados. Para a entidade, a iniciativa é benéfica à economia catarinense, por fomentar o consumo do produto local.
Em relação ao recolhimento do ICMS, Pinho Moreira disse que a Secretaria da Fazenda vai discutir com cada setor. “O governo está disposto a ouvir. Teremos setores da Secretaria da Fazenda e do governo que vão receber cada segmento que esteve aqui hoje mostrando as dificuldades”, afirmou, lembrando que a queda da receita do Estado em maio foi de R$ 130 milhões.
Para chegar ao valor de R$ 1,67 bilhão em perdas, a FIESC baseou-se no valor adicionado bruto da indústria catarinense. Estimativas indicam que em 2017 foi o equivalente a R$ 61 bilhões, que significa um nível de produção diário de R$ 167 milhões ou de 242 milhões de reais por dia útil. Assim, uma paralisação de 10 dias significa uma perda de 1,67 bilhão para o setor.
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