Com juros baixos, rendimento na poupança pode ficar abaixo da inflação

Por: Pedro Leal

12/11/2019 - 05:11

Com os rendimentos da poupança associados a taxa CDI (Certificado de Depósito Interbancário), taxa de juros praticada entre os bancos, que por sua vez está associada a taxa básica de juros, a Selic, os rendimentos da poupança estão cada vez menores com a queda nos juros – e perigam cair abaixo da inflação, alerta o analista financeiro Layon Dalcanali, da Patrimono investimentos.

Ao final de outubro, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a taxa básica de juros da economia, a taxa Selic, para 5% ao ano. A expectativa é de que haja ainda mais um corte, também de 0,5 ponto percentual, até o final do ano. Analistas de mercado estimam que a Selic encerre este ano em 4,5%.

“A poupança rende sempre 70% do CDI. Como o CDI está indexado a SELIC, a poupança está remunerando muito pouco. Atualmente estamos com um CDI de 4,9% e a poupança remunera 3,43% ao ano. Se a inflação passar destes 3,43%, o rendimento da poupança efetivo será negativo”, explica.

A projeção atual para a inflação de 2019 está em 3,29% – ou seja, o rendimento da poupança supera a inflação em apenas 0,14%. Com a previsão de nova queda nos juros, o risco é real de que a forma de investimento mais comum entre os brasileiros – 85% dos brasileiros com investimentos investem na poupança – passe a dar prejuízo.

Foto Arquivo OCP News

O centro da meta da inflação, 4,25%, também está acima dos rendimentos da poupança.

Não que o saldo da poupança vá diminuir: os juros continuarão rendendo, mas em termos de poder de compra, aquele montante vai valer menos.

“Por exemplo se a inflação for para 4% com a poupança remunerando agora 3,43%, teríamos um ganho real negativo , pois o rendimento da poupança não superou nem a inflação. Ou seja, seus rendimentos não conseguiram corrigir seu poder de compra”, alerta Dalcanali.

Com a queda dos rendimentos da poupança, a busca por investimentos mais rentáveis se torna ainda mais importante. “Sempre há opções mais rentáveis, aplicações conservadoras, como o CDB, LC, LCI e LCA que irão render mais que a poupança com a mesma segurança. Mas será necessário algo em ativos de economia real, como ações, fundo de ações, fundo imobiliário, entre outros”, diz Layon.

Segundo o analista, o segredo é diversificar e ter o percentual de alocação nesses ativos alinhado com seus objetivos e perfil – e na dúvida, procurar um especialista para ajudar.

 

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