Com alta no preço das carnes, diversidade de cortes pode ser uma alternativa econômica para consumidores

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Por: Pedro Leal

06/12/2019 - 05:12

Impulsionada pela abertura das exportações para a China, o preço da carne bovina disparou no mês de novembro, alta que foi repassada dos frigoríficos para o varejo.

Nacionalmente, o valor médio do boi gordo subiu 35,5% durante o mês de novembro, segundo dados do Cepea-USP (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo).

“Existem muitos fatores que hoje ditam o preço da carne aqui, um deles é a economia brasileira que está passando por mudanças, e temos também fatores pontuais, como a peste suína na China, e aumento do consumo interno mesmo, agora com a liberação do FGTS e festas de final de ano, isso aumenta consideravelmente”, explica o negociador da rede de supermercados Brasão, André Palhano.

Segundo o executivo, há uma previsão de que, por conta do aumento na demanda, o preço das carnes suínas e de aves aumente no começo de 2020. “Na falta da carne bovina e aumento acelerado de preços, as outras carnes tiveram seu consumo dobrado, o que leva a questão da oferta e demanda”, explica.

A rede tem analisado ampliar a diversidade dos cortes oferecidos no açougue do supermercado, o que aumentaria a oferta para o consumidor.

“Se o cliente buscar alguns cortes diferentes, como o dianteiro do boi para substituir a carne do churrasco, ainda pode economizar um pouco, saber comprar é definitivamente a melhor dica neste momento”, diz.

Segundo ele, estes cortes tem ganhado qualidade, assim como cortes menos populares como o Filé Americano. “E é bem provável que venham a conquistar um status de primeira”, diz. Outra aposta para substituir os cortes de churrasco é a paleta suína, um dos cortes de maior aceitação na região.

A ministra da agricultura, Tereza Cristina, avalia que os preços não estão elevados. Em entrevista para o jornal O Estado de São Paulo, a ministra afirmou que os preços da carne estariam desvalorizados, devido à falta de reajuste de preços nos últimos três anos, e que a alta das exportações para a China ajudaram a valorizar o produto.

Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), os preços da carne bovina devem continuar em alta em 2020, diante da estimativa de aumento na produção do produto em 22,2% e maior demanda por parte do mercado externo.

A entidade espera alta de 14% nas exportações da carne bovina em 2020, chegando a 2,7 milhões de toneladas exportadas.

Em 2020, a expectativa é que o faturamento da agropecuária seja de R$ 669,7 bilhões, uma alta de 9,8% na comparação com o ano anterior.

Segundo a entidade, o setor da pecuária deve ser o grande responsável por esse crescimento, com destaque para a produção de carne bovina.