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China compra reserva de urânio na Amazônia por R$ 2 bilhões

Divulgação/Mineração Taboca

Por: Pedro Leal

28/11/2024 - 15:11 - Atualizada em: 28/11/2024 - 15:56

A estatal China Nonferrous Trade Co. Ltd comprou a empresa Mineração Taboca S.A., responsável pela mineração da reserva de urânio localizada na Mina de Pitinga, interior do Amazonas, por US$ 340 milhões – o equivalente a cerca de R$ 2 bilhões.

A transação, intermediada pelo grupo minerador peruano Misur, que detém o controle acionário da empresa brasileira, ocorreu na terça-feira (26).

As informações são do portal G1.

A reserva foi descoberta em 1979, na Vila Balbina, a 300 km de Manaus.

Além de urânio, a mina é responsável pela lavra e pelo beneficiamento de cassiterita, columbita e, atualmente, é a maior produtora de estanho refinado do Brasil.

Em comunicado, a Mineração Taboca anunciou a transferência de 100% das ações para a empresa estatal chinesa.

“Este novo momento é estratégico e constitui uma oportunidade de crescimento para a Mineração Taboca, pois permitirá que ela tenha acesso a novas tecnologias para se tornar mais competitiva e ampliar sua visão e capacidade produtiva”, afirmou a empresa.

A China Nonferrous Mining Co. é uma das maiores empresas estatais produtoras de cobre do mundo, focada em mineração, processamento, hidrometalurgia, fundição pirometalúrgica e vendas, com operações significativas na Zâmbia, na África.

Em pronunciamento na plenária do Senado, na quarta-feira (27), o senador Plínio Valério (PSDB-AM), questionou a venda e levantou suspeitas de favorecimento ao governo chinês.

“Estamos lá impedidos, com cadeados ambientais que nos escravizam e que nos prendem, porque sempre esbarramos nas ONGs. Sempre esbarramos na ministra Marina Silva, a serviço das ONGs, e, de repente, os chineses compram a maior mina de urânio do Brasil. Vão beneficiar urânio no Amazonas, perto de Manaus, no município de Presidente Figueiredo, que vive do turismo, que vive das suas 160 e poucas cachoeiras, e ninguém fala nada. Por quê? O que há aí? Um compromisso? Um conluio? Uma perseguição àquilo que a gente pode ou não pode fazer?”, disse em discurso.

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Pedro Leal

Analista de mercado e mestre em jornalismo (universidades de Swansea, País de Gales, e Aarhus, Dinamarca).