Após meio ano de expectativa desde a inauguração do espaço, o Centro de Inovação de Jaraguá do Sul, agora batizado de Novale Hub, está pronto para operar. O termo de serviço da organização social gestora do espaço foi assinado na quarta-feira passada (14), e a expectativa é que a aceleração de empresas no espaço, o segundo dentre os 13 Centros de Inovação propostos pelo governo do Estado, comece em janeiro.
A presidência do conselho administrativo da entidade fica com Anselmo Ramos, também presidente da Associação Empresarial de Jaraguá do Sul (Acijs). A direção executiva do espaço, segundo Ramos, deve ficar sob os cuidados de Robert Burnett, ex-reitor da Católica de Santa Catarina, em 2019.
O próximo passo no cronograma é publicar o edital do chamamento público para as empresas que serão instaladas no espaço – são 130 vagas para empresas incubadas e 86 espaços de co-working, com a possibilidade de que uma única empresa ocupe mais de uma vaga.
“Uma empresa que trabalhe com o setor metalmecânico, por exemplo, vai precisar de mais espaço para prototipagem, montagem e área de testes”, explica.
A expectativa é de que o edital seja lançado na próxima semana, e que os contratos para as primeiras empresas instaladas seja assinado até dia 20 de dezembro, de forma que o centro comece a receber os empreendedores no dia 15 de janeiro. Os contratos terão validade de até dois anos, passíveis de renovação caso as metas propostas sejam cumpridas.
O espaço foi inaugurado em junho, ante a grandes expectativas, e entrou em um longo processo de preparo legal para suas operações, entre legislação específica para o centro, chamamento público para a organização gestora e alinhamento com as diretrizes nacionais de inovação.
“Este processo visava garantir o máximo possível de segurança jurídica para as operações”, diz Ramos.
Ramos explica que a gestão ficou por conta de uma organização social e não pelo estado direto por conta da inércia do poder público.
“A legislação nacional de inovação prevê que esses espaços possam ser geridos por entidades sem fins lucrativos, pois reconhece que o tamanho do Estado pode inviabilizar o trabalho com inovação, que é um processo muito ágil e em constante mudança”, conta.
“Temos aqui um modelo de gestão diferente, pautado em resultados, com acompanhamento do cumprimento das metas propostas nos planos de ação das empresas instaladas e avaliação dos resultados por uma comissão interna do conselho”, diz, destacando que o modelo de gestão pode ser usado por outros centros no estado. As comissões de avaliação podem contar também com especialistas externos, caso necessário.
Embora seja também presidente da Acijs, Ramos ressalta que a gestão dos dois espaços é independente e que seu sucessor no conselho não precisa estar ligado a Acijs. “São dois órgãos diferentes, o que aconteceu foi do conselho me eleger a presidência e eu acumular as duas funções”, conta
Empresas âncora terão espaço
Além dos espaços para empresas incubadas e para co-working, o NoVale Hub contará também com uma malha de apoio para as empresas instaladas que incluí 100 metros quadrados para espaço de aceleradoras e 20 vagas para “soft landing” – empresas já estabelecidas que queiram servir como apoio ou buscar soluções e investimentos em potencial dentro dos projetos desenvolvidos no Hub. Estas empresas estarão também sujeitas a avaliação de resultados.
O espaço também terá conexão direta com as pré-incubadoras acadêmicas e com outros integrantes do “ecossistema de inovação” da região, como aceleradoras e espaços de co-working. “A meta é criar um espaço que reúna e agregue todas estas iniciativas de inovação que já temos na região, mas que estavam dispersas”, explica.
Segundo Ramos, Jaraguá do Sul já tem um histórico de iniciativas de inovação, entre projetos de pesquisa e desenvolvimento das empresas, espaços acadêmicos e eventos de inovação.
O Centro de Inovação Novale Hub deve servir também como palco para eventos do tipo, com workshops, palestras e simpósios, além de oferecer mentoria e auxiliar nos planos de mercado das empresas instaladas.
O espaço também conta com serviços secundários que ainda terão que ser contratados, como serviço de cafeteria. Tanto as empresas na função primária de inovação quanto as empresas de apoio e de prestação de serviços devem ser escolhidas via chamamento público.
“Não é bem uma licitação, mas estamos sujeitos aos mesmos controles e normas que o setor público direto”, frisa. A expectativa é que em operações plenas, o centro tenha um orçamento anual na faixa de R$ 700 mil, oriundos de diversas fontes, entre receitas próprias, fundos municipais e editais de incentivo a pesquisa.
O próximo passo para o “distrito de inovação” é a finalização do Centro UP!, onde irão operar as empresas que já avançaram o bastante para precisar de um espaço mais fabril, mas que ainda não contam com espaço próprio.
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