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Câmara de Comércio Exterior da Fiesc se reúne com exportadores e debate novas tarifas de 50% dos EUA

Foto: Arquivo/Portonave

Por: Pedro Leal

14/07/2025 - 19:07 - Atualizada em: 14/07/2025 - 19:33

A Câmara de Comércio Exterior da Federação das Indústrias de SC (Fiesc) realizou nesta segunda-feira (14) uma reunião emergencial com industriais exportadores de Santa Catarina para esclarecer o que já se sabe sobre os impactos da tarifa anunciada de 50% pelo governo norte-americano.

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A presidente da Câmara, Maria Teresa Bustamante, explicou que embora se tenha conhecimento sobre a intenção de Trump de taxar produtos brasileiros em 50%, ainda não foram publicadas informações oficiais pelo Departamento de Comércio dos Estados Unidos.

O que já se sabe:

  • Ainda não existem detalhes oficiais sobre como as novas tarifas serão aplicadas, se haverá isenções ou reduções setoriais.
  • O Departamento de Comércio dos EUA deve publicar, nos próximos dias, informações esclarecendo esses pontos.
  • A aduana norte-americana também deverá publicar normas oficiais detalhando quando e como as tarifas passam a ser cobradas. Uma das principais dúvidas dos exportadores é qual data a aduana norte-americana vai considerar para início da cobrança da nova taxa (a partir de 1 de agosto), se será a data de embarque no Brasil ou a data de entrada nos Estados Unidos.
  • Os setores que estão sob investigação pela seção 232, como madeira e derivados, minerais críticos e aeronaves, motores e autopeças, terão o atual nível de tarifas mantido, até que a investigação seja concluída.
  • Para o aço e alumínio, setores que já estão tendo sobretaxa após a investigação da 232, não haverá cumulatividade. Neste caso, apenas a taxa já em vigor de 50%.
  • Automóveis e peças de automóveis seguem taxados em 25%.
  • Produtos farmacêuticos serão taxados em 200%.
  • Filmes serão taxados em 100%.
  • Semicondutores serão taxados em 25% ou mais.
  • Cobre sofrerá taxação de 50%.

Principais setores afetados:

  • Madeira e produtos de madeira – em 2024, 37,3% das exportações de SC para os Estados Unidos foram desse segmento. O setor está atualmente sob investigação para medir o impacto das importações de madeira e seus derivados sobre a segurança dos EUA – a chamada seção 232. Até o fim da investigação, as tarifas estão mantidas nos atuais patamares.
  • Veículos automotores e autopeças – as exportações do ramo têm participação de 14,8% no total das vendas externas catarinenses para os EUA. Hoje, estão submetidos a tarifa de 25%.
    Equipamentos elétricos – responsáveis por 13,3% das exportações do estado para os Estados Unidos. Serão submetidos a tarifa de 50%.
  • Máquinas e equipamentos – responsáveis por 6,8% das vendas externas de SC para os EUA. Serão submetidos a tarifa de 50%.
  • Móveis – responsáveis por 6,7% das exportações catarinenses para os EUA. O setor também está submetido à investigação da seção 232.

A reunião trouxe ainda informações sobre os próximos passos da Fiesc na defesa dos interesses dos exportadores do estado.

O presidente da entidade, Mario Cezar de Aguiar, tem reunião marcada para esta quarta-feira (16) com o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e com a secretária de Comércio Exterior do MDIC, Tatiana Prazeres, para tratar de tarifas.

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Além disso, reúne-se com a CNI em Brasília para alinhar a participação da entidade no grupo de trabalho a ser criado pelo governo brasileiro para debater o tema.

A presidente da Câmara também atualizou os industriais do setor de madeira e derivados sobre o andamento da defesa brasileira na investigação da seção 232.

 

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Pedro Leal

Analista de mercado e mestre em jornalismo (universidades de Swansea, País de Gales, e Aarhus, Dinamarca).