Brasileiros relatam dificuldades em 2018, mas estão otimistas com a economia

Foto Eduardo Montecino/OCP News

Por: Gustavo Luzzani

04/01/2019 - 06:01 - Atualizada em: 04/01/2019 - 10:15

Ano novo sempre é momento de renovar as energias. E os brasileiros estão mais otimistas em relação a economia neste ano, mas para o cenário melhorar, guardar dinheiro e sair do vermelho são as principais metas de 2019. É o que revela a pesquisa divulgada pelo SPC Brasil e a CNDL (Confederação Nacional dos Dirigentes Logistas).

Sete em cada dez entrevistados (72%) estão otimistas com o cenário econômico de 2019 e 72% acreditam que sua vida financeira será melhor no ano que se inicia. Seguindo o mesmo pensamento, o porteiro Valdir Stibe, de 59 anos, acredita que a transição de governo vai trazer resultados positivos.

“A minha visão é de que o novo governo faça as coisas melhorarem e eu consiga quitar minhas dívidas”, relata Stibe.

Apesar de estar otimista, ele acredita que os reflexos da crise continuarão impactando no dia a dia em 2019, previsão também de 58% dos entrevistados.

Foto Renan Reitz/OCP News

“Para fugir da crise, estou organizando as contas e pensando duas vezes antes de gastar”, diz o porteiro.

Já o vendedor Fernando Bolduan, de 19 anos, tem uma outra visão em relação a crise. Ele conta que muitas pessoas preferem ficar chorando e colocando a crise como desculpa para estar no vermelho  invés de buscar uma solução para encarar um momento difícil.

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Oito em cada dez (82%) dos consumidores ouvidos pela pesquisa tiveram de fazer cortes ou ajustes no orçamento em 2018. Bolduan diz que guardava 45% de seu salário para emergências que eventualmente surgissem.

Essa preocupação em guardar dinheiro fez o vendedor sonhar alto em 2019. Até junho deste ano, ele planeja inaugurar sua loja de artigos de acampamentos em Jaraguá do Sul. Algo que que faz ele ver os próximos meses com bons olhos.

“Estou animado com o meu futuro, mas isso só está acontecendo porque guardei dinheiro”, completa.

Planejamento ajuda nas finanças

A empresária Maria Helena de França, de 41 anos, vê que o planejamento é a chave do sucesso econômico na vida das pessoas. E por ter um cuidado especial com suas finanças, Maria Helena conseguiu driblar tranquilamente a crise e até conseguiu realizar sonhos de consumo em 2018.

“Ano passado consegui comprar móveis para minha casa e trocar de carro”, ressalta.

Apesar de já ter um conhecimento na área, por trabalhar na parte de finanças em uma loja de celulares, Maria Helena pretende estudar ainda mais esse ano.

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Aliás, ela conta que a principal causa para tantas pessoas entrarem no vermelho é que falta uma melhor educação financeira.

“Se você está no vermelho, é porquê não teve um planejamento”, conta.

E com as contas no azul, 2019 abre as portas para novas possibilidades na vida de empresária, que almeja viajar mais e conhecer novas culturas, assim como decorar a casa, mas claro, sempre tendo cautela na hora de abrir a carteira.

Clima é de otimismo pós eleições, avalia CNDL

Para maioria dos brasileiros, 2018 foi um ano de cortes. Cerca de 40% dos entrevistas dizem que a situação financeira pessoal piorou em comparação a 2017, enquanto para 38% nem trouxe resultados positivos, nem negativos.

Na avaliação do presidente da CNDL, José César da Costa, o clima de otimismo é normal após um cenário eleitoral, já que o novo governo anuncia seus projetos, aumentando a perspectiva com a retomada da economia, mas que não deve ter um impactado tão cedo.

“Deve começar a ser percebido a partir do segundo semestre”, observa.

Nove em cada 10 (94%) consumidores falaram que não conseguiram concretizar algum projeto que haviam planejado para o ano passado. Entre os principais estavam juntar dinheiro (33%), quitar contas atrasadas (25%) e adquirir ou reformar a casa (25%).

A SPC Brasil e a CNDL entrevistou 702 pessoas, entre 27 de novembro e 10 de dezembro de 2018, de ambos os sexos e acima de 18 anos, de todas as classes sociais, em todas as regiões brasileiras. A margem de erro é de 3,7 pontos percentuais para um intervalo de confiança a 95%.

 

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