Brasil ganhou um novo MEI a cada dois segundos, aponta Serasa

Foto: Divulgação / BRDE

Por: Pedro Leal

28/09/2021 - 10:09 - Atualizada em: 28/09/2021 - 10:29

O Brasil ganha um novo Micro Empreendedor Individual (MEI) a cada dois segundos. A informação é do Indicador de Nascimento de Empresas da Serasa Experian. No acumulado do primeiro semestre deste ano, foram registrados 1.654.167 novos microempreendedores individuais.

No comparativo entre os seis primeiros meses de 2021 e 2020, o índice apresentou um crescimento de 31,2%, expansão semestral mais expressiva desde 2012, quando o acumulado de janeiro a junho marcou alta de 38,7%.

Para o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, a alta taxa de nascimento de microempreendedores individuais foi impulsionada, principalmente, pelo ainda elevado nível de desemprego no país. “Este ano tivemos muita gente ocupando espaço no mercado para garantir a geração de renda, uma vez que a crise econômica ocasionada pela pandemia fez com que as vagas de trabalho formal se mantivessem escassas para a maior parte da população. Por isso, o empreendedorismo por necessidade nunca esteve tão em alta”.

Rabi também explica que “pensando em garantir lucro com um menor investimento inicial, as pessoas têm optado por tornar-se um MEI. Além disso, o acesso às linhas de crédito específicas para esta modalidade de empreendimento é outro fator que favorece a decisão de se formalizar”

Os MEI se mantêm como a principal categoria no consolidado geral, com representatividade de 79,9% nos seis primeiros meses deste ano. Na sequência, aparecem as Sociedades Limitadas (12,6%) e Empresas Individuais (3,4%). No total, foram criados 2.070.817 empreendimentos – um aumento de 30,9% frente ao primeiro semestre do ano passado. De acordo com o índice, o Brasil teve mais negócios abertos nos primeiros seis meses de 2021 do que o total de 2016 e dos anos anteriores.

Segundo o vice-presidente de Pequenas e Médias Empresas e Identidade Digital da Serasa Experian, Cleber Genero, apesar de terem sido criadas por necessidade, muitas empresas acabam atendendo ao desejo e sonho de ter o próprio negócio.

“Por isso, para garantir o funcionamento a longo prazo é importante se preparar, ficar atento às tendências e atuar de forma assertiva para mapear, atrair e fidelizar clientes. A priorização da análise de parceiros para negociar com segurança e evitar cair na inadimplência também é fundamental. Além disso, o empreendedor precisa entender logo no início que a prospecção, a negociação, o monitoramento e a cobrança de dívidas estão interligados e o desequilíbrio em uma dessas etapas vai acabar afetando as demais e prejudicando o andamento da empresa”.

Considerando a visão total das empresas abertas, o setor de Serviço possui a maior representatividade dentro do total acumulado de empresas criadas (66,9%). Na análise que compara os seis primeiros meses deste ano com o mesmo período de 2020 o segmento cresceu 29,2%. Quando analisadas as atividades das empresas abertas, nove das 20 principais são de serviços, que vai desde alimentação (9,2%) até serviços médicos (1,3%).

Considerando os demais setores de atuação, o comércio teve a alta mais expressiva (37,2%), com 24,4% dos novos negócios. Para a indústria, o aumento foi de 30,9%, mas as companhias dessa área equivalem a apenas 7,6% do número geral de 2.070.817 de novos empreendimentos. Para Rabi, “a mudança do modelo de consumo da população durante a pandemia fez do setor alimentício uma das apostas mais seguras, principalmente, pela possibilidade do atendimento por aplicativos e serviços de entrega”.