Bolsonaro diz que Petrobras prepara novo aumento dos combustíveis

Posto de combustível Crédito: Marcello Casal jr/Agência Brasil

Por: Pedro Leal

16/06/2022 - 10:06 - Atualizada em: 16/06/2022 - 10:11

Sem apresentar detalhes, o presidente Jair Bolsonaro voltou a afirmar que a Petrobras prepara um novo aumento no preço dos combustíveis no país. A alegação foi feita durante entrevista à jornalista Leda Nagle, nesta quarta-feira (15). Na entrevista, ele também disse que tem dificuldades para fazer a troca no comando da estatal.

“Eu não tenho comandamento sobre a Petrobras. A Petrobras está dando dica que quer aumentar de novo. Não interessa quanto seja, já está um absurdo o preço dos combustíveis lá na refinaria”, disse o presidente durante.

Segundo Bolsonaro, na noite da última segunda-feira (13), o governo esteve em reunião com a diretoria da Petrobras para tentar impedir o aumento de combustíveis, supostamente de 9% para a gasolina e 11% para o diesel. O ajuste visaria amenizar a defasagem de valores entre o mercado interno e o mercado internacional.

O governo teme que o aumento anule os esforços para aprovação de projeto no Congresso que limita o teto do ICMS em 17% para uma série de itens, entre eles, os combustíveis.

Bolsonaro é crítico da política adotada pela Petrobras, a Preços de Paridade Internacional (PPI), que faz com que o preço da gasolina, do etanol e do diesel acompanhe a variação do valor do barril de petróleo no mercado internacional.

Comando da Petrobras

Bolsonaro acrescentou que está tentando mudar o comando da estatal. “Estamos há um mês tentando trocar o presidente da Petrobras e não conseguimos. Não resolveu. Agora pode ter certeza que você vai descobrindo as coisas com o tempo, e vai ser resolvida a questão dos combustíveis”, disse na entrevista.

No final do mês passado, Bolsonaro informou que o químico José Mauro Ferreira Coelho, empossado há 40 dias, foi demitido do cargo de presidente da Petrobras. Caio Mario Paes de Andrade, do Ministério da Economia, foi indicado para substituí-lo. A mudança na estatal, porém, pode levar até 60 dias por causa das regras internas.

Coelho tomou posse como presidente da Petrobras no dia 14 de abril, o terceiro a ocupar o posto na estatal durante o governo Bolsonaro, depois de Joaquim Silva e Luna e Roberto Castello Branco. O químico deixou o comando da estatal pelos mesmos motivos que seus antecessores: os reajustes feitos no preço dos combustíveis, que têm incomodado Bolsonaro no ano em que busca a reeleição.