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Bitcoin deve perder todo o valor em dez anos, diz Nobel de economia

Foto: Pixabay

Por: Pedro Leal

07/02/2025 - 18:02 - Atualizada em: 07/02/2025 - 18:16

O ganhador do Prêmio Nobel de Economia de 2013 Eugene Fama criticou duramente a valorização do Bitcoin, atualmente cotado a US$ 95.829,37.

Participando de um podcast em 30 de janeiro, Fama afirmou que o ativo digital seria insustentável e que um fim previsível o aguarda nos próximos 10 anos.

“As criptomoedas são um mistério, porque elas violam todas as regras de um meio de troca. Elas não têm um valor estável real. Elas têm um valor real altamente variável. É o tipo de meio de troca que não deveria conseguir sobreviver”, comentou o economista.

Ele destacou que seria inviável migrar todo o sistema financeiro global para as redes blockchain, já que a operação exigiria um poder computacional muito grande. Além disso, ele afirmou que “toda a teoria monetária que conhecemos” aponta para a extinção das criptomoedas.

Tampouco serviria como reserva de valor, diz Fama; a moeda “só seria um ouro digital se ele tivesse uso. Se ele não tiver uso, é apenas papel. Papel não, é ar, e nem mesmo ar”.

Fama avalia que o mercado de criptomoedas é uma grande bolha financeira atualmente, mas não se considera apto para projetar quando exatamente ela estourará.

“Eu espero que ela estoure, mas eu não posso prever isso. Eu espero que sim, porque se não estourar, precisaremos recomeçar toda a teoria monetária”.

Ele destacou, no entanto, que é possível que a teoria monetária tradicional pode já “ter acabado, e aí precisamos começar tudo de novo”.

Questionado sobre quando a “bolha” das criptomoedas poderia explodir, ele disse que o evento deve ocorrer em até 10 anos, mas brincou que escolheu a data porque tem 86 anos e “provavelmente não vou ser cobrado por isso”.

Fama acredita ainda que, em caso de um colapso do bitcoin e outras criptomoedas, o provável é que o setor busque ajuda do governo para sobreviver.

 

 

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Pedro Leal

Analista de mercado e mestre em jornalismo (universidades de Swansea, País de Gales, e Aarhus, Dinamarca).