O BC (Banco Central) disse que deve descumprir a meta de inflação em junho. A informação consta na ata do Copom (Comitê de Política Monetária) divulgada nesta terça-feira (4). O regime de meta em vigor em 2025 estabelece um objetivo inflacionário de 3%, com tolerância de até 4,5%. Se ficar acima do limite da banda por mais de 6 meses seguidos, há o descumprimento da meta. As informações são do Portal Poder360.
Até 2024, a meta era anual. Nos últimos 6 anos, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) ficou dentro do objetivo estabelecido em 3 anos. A taxa foi de 4,83% no ano passado.
Segundo a ata do Copom, os preços de alimentos se elevaram de forma significativa por causa da estiagem e da elevação dos preços das carnes, “afetada pelo ciclo do boi”. Disse que o aumento tende a se prolongar para o médio prazo “em virtude da presença de importantes mecanismos inerciais da economia brasileira”.
O BC disse ainda que os bens industrializados encarecem com o dólar elevado. A inflação de serviços segue acima do nível compatível com o cumprimento da meta.
“Se concretizando as projeções do cenário de referência, a inflação acumulada em 12 meses permanecerá acima do limite superior do intervalo de tolerância da meta nos próximos 6 meses consecutivos. Desse modo, com a inflação de junho deste ano, configurar-se-ia descumprimento da meta sob a nova sistemática do regime de metas”, disse.
O CMN (Conselho Monetário Nacional) decidiu em junho de 2024 criar uma meta contínua de inflação em 3%. Esse patamar vale por pelo menos 36 meses, ou até meados de 2027. O intervalo de tolerância foi mantido em 1,5 ponto percentual e a margem continuará de 1,5% a 4,5%. Pela nova regra, que vale desde 2025, será considerado um descumprimento do decreto se a inflação anualizada ficar por mais de 6 meses acima ou abaixo do intervalo permitido pela meta.