Há menos de uma semana, membros do Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC) se reuniram com o presidente da Petrobras, o general Joaquim Silva e Luna, e pediram para que o preço do diesel não subisse – e esta semana, foram pegos de surpresa com a alta do combustível.
“Deixamos claro na reunião que se o diesel subisse ia afetar seriamente não só os caminhoneiros, mas a sociedade em geral, que já está muito pressionada”, disse Plínio Nestor Dias, presidente do CNTRC, à CNN.
O aumento reacendeu o alerta de greve da categoria – em 2018, a paralisação do setor por 10 dias congelou o país. Segundo Dias, uma nova greve dos caminhoneiros está marcada para o próximo dia 25 e ganhou força com a alta.
“Meu celular não parou o dia todo, são caminhoneiros querendo saber o que aconteceu. Vamos traçar nossa estratégia para ninguém sair prejudicado, mas vai ter greve”, informou.
A alta do diesel afeta toda a cadeia produtiva, que depende do frete rodoviário para distribuição no País.
Os ajustes foram de 6% para gasolina e GLP e 3,7% para o diesel. Segundo o coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, o aumento veio da pressão de importadores de combustíveis e de investidores do mercado financeiro.
Bacelar chama a atenção sobre o impacto que os aumentos terão na inflação em efeito cascata, que junto com a elevação das tarifas de energia elétrica achatam a renda do trabalhador.
“É inadmissível que com este novo aumento no gás de cozinha nas refinarias da Petrobras, a partir desta terça-feira, o sexto aumento somente neste ano, o gás de cozinha já acumule uma alta de 37,9%”, ressaltou Bacelar.
Ele destacou que nos últimos 12 meses, o IPCA acumula alta de 8,06%. “Ou seja, em sete meses, o aumento do gás de cozinha já é quase cinco vezes a inflação de um período de um ano”, disse.