Assembleia Legislativa aprova empréstimo de R$ 1,7 bilhão para aliviar cofres públicos de Santa Catarina

A Assembleia Legislativa de Santa Catarina aprovou na tarde desta terça-feira (24), em sessão extraordinária virtual, o projeto que autoriza o governo catarinense a fazer empréstimo de US$ 344,7 milhões (o equivalente a mais de R$ 1,7 bilhão, no câmbio atual) junto ao Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird).

A proposta, que tramitava em regime de urgência com o número PL 431/2019, foi aprovada por 30 votos a nove.

A matéria, encaminhada pelo Poder Executivo em novembro do ano passado, estabelece que os recursos serão obrigatoriamente aplicados na liquidação da dívida externa do Estado, contraída no Bank of America em dezembro de 2012.

O governo argumenta que a operação de crédito junto ao Bird é mais vantajosa para os cofres do Estado que o empréstimo do Bank of America e implicará em diminuição no valor que Santa Catarina desembolsa para pagar essa dívida.

O projeto teve que ser votado pelos deputados, pois, por estar em regime de urgência, impedia, conforme o Regimento Interno da Alesc, a apreciação de outros projetos.

Com a aprovação, o Parlamento pode deliberar, já a partir desta quarta-feira (25), proposições que tratam do enfrentamento à pandemia do novo coronavírus (Covid-19) em Santa Catarina.

Os 40 parlamentares que integram a Assembleia participaram da sessão virtual. O presidente, deputado Julio Garcia (PSD), destacou a mobilização dos deputados num momento delicado para Santa Catarina.

“A Assembleia diz mais uma vez sim à sociedade que ela representa. É dessa forma que nós vamos vencer o desafio que estamos vivendo”, disse. “Temos certeza que vamos superar essa doença. Já enfrentamos todo tipo de adversidade. Não vai ser essa que vai nos derrubar.”

O deputado Bruno Souza (Novo) apresentou uma emenda substitutiva global ao projeto.

Ela estabelecia que a economia que o Estado terá com o pagamento da dívida de 2012 deverá ser aplicada nas áreas da saúde e da segurança para suporte no combate aos efeitos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) em Santa Catarina.

Pela emenda, 80% dos recursos seriam destinados à saúde e 20% para a segurança pública.

“Com a emenda, temos a garantia que a economia será destinada para a saúde e a segurança pública. Não podemos gastar essa economia com qualquer coisa”, argumentou Bruno.

A emenda foi rejeitada por 30 votos a nove.

Na votação do projeto original, a bancada do PL encaminhou pelo voto contrário.

O líder da Oposição, deputado Ivan Naatz (PL), afirmou que a Assembleia estava concedendo uma carta branca ao governo, sem que houvesse garantias que a economia seria investida no combate à pandemia. “Estamos votando um empréstimo sem conhecer efetivamente o projeto”, disse

Os parlamentares contrários também argumentaram que a justificativa do uso dos recursos para o enfrentamento do Covid-19 não é válida, pois a proposta do empréstimo chegou à Alesc na primeira quinzena de novembro do ano passado, antes da pandemia começar.

Eles criticaram o fato do governo não ter retirado o regime de urgência.

Dos 40 deputados, apenas Julio Garcia, na condição de presidente, não votou.

Os votos contrários foram dos deputados do PL (Ivan Naatz, Marcius Machado, Mauricio Eskudlark e Nilso Berlanda), Ana Campagnolo (PSL), Felipe Estevão (PSL), Jessé Lopes (PSL), João Amin (PP) e Sargento Lima (PSL).

As atividades da Assembleia Legislativa prosseguem nesta quarta-feira. No começo da tarde, haverá reunião de líderes para definir a pauta de votações da sessão extraordinária que ocorrerá a partir das 16 horas.

Tanto a reunião quanto a sessão serão virtuais, nos mesmos moldes da realizada nesta terça.

 

Receba as notícias do OCP no seu aplicativo de mensagens favorito:

WhatsApp

Telegram Jaraguá do Sul

Quer mais notícias do Coronavírus COVID-19 no seu celular?

Mais notícias você encontra na área especial sobre o tema: