Arroz em Massaranduba: áreas de plantação tomam 70% do município

Por: Pedro Leal

26/04/2018 - 05:04 - Atualizada em: 26/04/2018 - 08:58

Massaranduba dá início nesta quinta-feira (26) à Festa Catarinense do Arroz (Fecarroz) 2018, dando destaque ao grão que forma um dos alicerces da economia. O município colheu em 2017 cerca de 1,150 milhão de sacas de arroz de 50 quilos, ou 57,5 mil toneladas de arroz. Esse volume sozinho correspondente a pouco mais de um terço da produção da microrregião de Joinville, que inclui outros 12 municípios.

Com atrações nacionais, portões da Fecarroz abrem nesta quinta-feira em Massaranduba

A estimativa é que aproximadamente 70% da área de Massaranduba é de arroz irrigado. Com tanta representatividade, de acordo com a Prefeitura, o arroz é a principal cultura do município, com aproximadamente 653 estabelecimentos agrícolas, 6 mil hectares de área cultivada, com produtividade média de oito quilos por hectare.

Levanto em conta o contexto regional, a microrregião de Joinville, da qual Massaranduba faz parte, é a segunda maior produtora de arroz dentre as 11 listadas pela Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina), ficando atrás apenas da região de Araranguá, com projeção de 398.119 toneladas – no entanto, a microrregião é marcada por uma produtividade maior: 8.229 quilos por hectare em uma área de 20 mil hectares, contra 7.696 de Araranguá, com 51,7 mil hectares.

A produção mais elevada, apesar de uma área plantada menor, é atribuída ao trabalho de qualidade do agricultor, desde o plantio até o processo final da indústria.

“O produtor planta e cuida da plantação com amor e carinho buscando sempre as melhores tecnologias para produzir com qualidade superior para entregarmos aos nossos consumidores um produto de qualidade”, afirma o presidente da Cooperativa Juriti, Orlando Giovanella.

Segundo Giovanella, 30% da arrecadação tributária de Massaranduba deriva da cooperativa | Foto Eduardo Montecino/Arquivo/OCP

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), datados de 2015 – os mais recentes para o panorama dos municípios – 8,5% do Produto Interno Bruto (PIB) de Massaranduba se deve à agropecuária, composta primariamente pela rizicultura. Isto sem contar uma parcela significativa da indústria que é dependente da safra. Segundo Giovanella, 30% da arrecadação tributária de Massaranduba deriva da cooperativa.

Com tamanha representatividade, a cultura ganhou a própria festa em 1986. É um dos principais destaques turísticos da cidade conhecida como Capital Catarinense do Arroz, pela expressividade no mercado do grão.

Segundo dados da Prefeitura de Massaranduba, a própria Fecarroz tem um papel importante na economia do município: em 2017, cerca de 50 mil pessoas passaram pelo evento. A previsão para esta edição é de que 70 mil pessoas visitem o Centro de Eventos de Massaranduba durante os seis dias da festa.

Sustentabilidade econômica é problema

De acordo com o secretário de agricultura de Massaranduba, Vilson Eichstadt, a produção vem se mantendo estável graças as novas tecnologias, novas cultivares e o manejo adequado do solo feito pelos produtores que encaram estabilidade do clima e da economia.

Os preços do grão continuam a ser um fator de preocupação para os rizicultores. Atualmente, a R$ 32,00 por saca no Estado, o arroz perdeu 28% do valor em comparação com março do ano passado. Segundo Giovanella, o preço do arroz opera com queda desde o ano passado, abrindo 2017 na casa dos R$ 45,00 e encerrando o ano em torno de R$ 40,00 – e a perda de valor se agrava com aumentos dos custos de produção – atualmente, acima do valor da saca.

“O produtor brasileiro no geral está sendo muito prejudicado pelo custo Brasil, enquanto nós de Santa Catarina temos custo de produção em torno de R$ 35,00 a saca, o Rio Grande do Sul passa dos R$ 40,00 e nos países do Mercosul fica em R$ 22,00 a saca. Isso se deve principalmente aos altos impostos cobrados no Brasil”, explica.

A Juriti tem cerca de 750 associados em 22 municípios. Segundo Giovanella, é importante que o produtor diversifique sua safra, para não se tornar dependente do mercado volátil do arroz, afetado tanto por fatores climáticos quanto de mercado.

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