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Após crise, vendas de Dia das Mães devem voltar a crescer

Por: Pedro Leal

09/05/2018 - 07:05 - Atualizada em: 09/05/2018 - 16:52

O Dia das Mães está chegando – faltam apenas 5 dias – e com ele vem um dos principais impulsos para o comércio: os presentes para aquela a quem todo mundo deve a vida.

A previsão é de que em 2018 a data tenha crescimento nas vendas, após uma recuperação tímida em 2017 e dois anos consecutivos de queda, em 2016 e 2015. Cerca de 60% dos brasileiros pretendem comprar pelo menos um presente este ano, mostrou uma pesquisa do Ibope Inteligência divulgada nesta segunda-feira (7).

Segundo o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) de Jaraguá do Sul, Gabriel Seifert, assim como nos primeiros meses de 2018, as vendas para o Dia das Mães também devem aumentar.

“Segundo pesquisa da FCDL (Federação das Câmaras dos Dirigentes Lojistas), 64,23% dos lojistas catarinenses consultados acreditam que as vendas devem ser maiores quando comparadas a 2017. Além disso, 24,82% acreditam que serão iguais e apenas 10,95% acreditam que o ano será pior que 2017”, diz Seifert, otimista.

Para o representante de uma rede de lojas de calçados, Wanderlei Passold, o movimento ainda está em níveis parecidos com os do ano passado. “Temos uma projeção de crescimento de 5%, mas até esta segunda-feira, as vendas estão no mesmo nível que estavam no ano passado”, comenta, destacando que a procura ainda está um pouco baixa e que a previsão é de que até sábado haja um crescimento na movimentação.

A gerente Hilda não está tão otimista com as vendas até o momento | Foto Eduardo Montecino/OCP

Mas nem todos os lojistas estão tão esperançosos. Com a maior cautela do consumidor após os anos da crise, ainda há em algumas lojas a preocupação de que o consumidor vá economizar nos presentes, optando por itens menores e mais baratos – ou que deixe de os presentes de lado.

Para a gerente de uma loja de calçados no Calçadão da Marechal, Hilda Ewald, as vendas ainda estão tímidas. “Acho que as pessoas estão deixando para a última hora, as pessoas ainda estão com o dinheiro muito contado”, explica.

Ela destaca que as vendas para a data no segmento acabam dependendo muito do tempo. “Ano passado tivemos boas vendas de botas como presente, mas como esse ano não esfriou só temos algumas poucas pessoas dando sapatilhas”, conta.

De acordo com o superintendente do Jaraguá do Sul Park Shopping, Olímpio Couto, a expectativa de vendas já está sendo transformada em número positivos.

“Nestes primeiros dias de maio, registramos um crescimento em fluxo de clientes que chega a 14% em relação ao mês anterior e a 9% no comparativo com o mesmo período de 2017. A nossa campanha para a data está sendo um sucesso e ainda temos mais uma semana para presentear as mamães”, finaliza Couto.

Aumento real nas vendas

A divisão de Indicadores e Estudos Econômicos da Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito) projeta para a data vendas de 4,5% a 5% superiores às registradas no ano passado, graças a melhora nas condições financeiras e de crédito do consumidor.

Em 2017, as vendas foram 1,6% maiores do que em 2016, ano que registrou 4,6% de queda. Se confirmada a projeção, seria o primeiro crescimento real nas vendas para a data desde 2014, e o melhor aumento de vendas desde 2013, quando elas subiram 4,5%.

Segundo estimativas do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), aproximadamente 111,5 milhões de brasileiros devem presentar alguém neste Dia das Mães, o que deve injetar cerca de R$ 17,05 bilhões nos setores do comércio e serviços.

Cerca de 19% dos consumidores entrevistados disseram que têm a intenção de desembolsar mais com os presentes. A maior parte, no entanto (36%), planeja gastar a mesma quantia que em 2017, enquanto 18% pensam em diminuir.

Impostos sobre presentes chegam quase 80%

Segundo um levantamento do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), realizado em 2017, a carga tributária sobre os itens mais procurados para presente de Dia das Mães pode chegar a 78,4%. Trata-se do percentual em impostos incidente sobre um perfume importado, de acordo com a pesquisa.

O perfume nacional, com 69,13%, não fica atrás. Em terceiro lugar entre os mais tributados vem a maquiagem importada, com carga de 69%. A maquiagem nacional e as jóias também ficam mais caras por causa dos impostos, respectivamente 51% e 50,44%.

O mesmo vale para a água-de-colônia, com carga tributária de 50,38%, e para um aparelho mp3 ou Ipod, com 49,45% do valor correspondente a impostos. Os percentuais incidiam em 2017 e podem ter passado por alterações.

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Pedro Leal

Analista de mercado e mestre em jornalismo (universidades de Swansea, País de Gales, e Aarhus, Dinamarca).