Ajustes dos combustíveis têm sido controlados na bomba em Jaraguá do Sul, afirmam postos

Lista divulgada pelo Procon Jaraguá do Sul mostra os valores praticados nos postos de combustíveis | Foto Arquivo OCP News

Foto Arquivo OCP News

Por: Pedro Leal

11/05/2019 - 05:05

Embora tenha mudado a política de ajustes quase diários nos combustíveis que marcou 2018 e a segunda metade de 2017, a Petrobras segue com ajustes frequentes nos combustíveis – que nem sempre são sentidos pelo consumidor.

Desde o começo do ano, a estatal usa mecanismos de proteção através de derivativos financeiros para reduzir a frequência dos reajustes – no ano passado a tentativa era acompanhar as flutuações diárias do mercado de derivados de petróleo.

Ao final de abril, a Petrobras anunciou um aumento médio de R$ 0,07 no preço do litro de gasolina nas refinarias, uma alta de 3,5%. O combustível passou a uma média de R$ 2,0450 por litro, maior valor desde outubro de 2018.

Na semana passada, foi a vez de ajustar o preço médio do diesel comercializado nas refinarias em 2,6%, passando de R$ 2,2470 o litro para R$ 2,3047.

Competitividade tem segurado os preços, afirma Paulo Chiodini, mas margem para represamento tem se esgotado | Foto: Eduardo Montecino

Para o diretor executivo da distribuidora Agricopel e da rede de postos Mime, Paulo Chiodini, a região tem sido menos afetada pelos ajustes devido a um certo represamento dos preços.

“Os preços não têm alcançado o consumidor por conta da competitividade, que tem segurado os preços um pouco, mas se seguir nesse ritmo logo os ajustes acabam chegando às bombas”, diz.

Segundo Chiodini, os preços tem operado em um patamar parecido com o do final do ano passado para a gasolina, graças a este represamento – o impacto, diz ele, é mais perceptível no Diesel.

No entanto, para redes menores, o impacto destes ajustes é maior, afirma o gerente do posto BR localizado na rua Bernardo Dornbusch, Mario Fernando Reinke.

“Estes ajustes pegam na ponta, não só no preço e na margem de lucros dos postos, mas nos mercados, nos produtos, é o trabalhador que está pagando a conta”, diz.

Para o empresário, é preciso uma nova política de preços e de ajustes da Petrobras.

“Eu acho que a Petrobras não devia priorizar tanto o lucro dos acionistas, isso é o de menos, ela não precisa de lucros tão exorbitantes. A prioridade tinha que ser controlar os preços”, afirma. Em 2018, a estatal registrou um lucro líquido de R$ 25,8 bilhões.

Os preços chegam a demonstrar queda, no caso da gasolina: em dezembro, a gasolina comum na bomba estava em uma faixa que ia dos R$ 4,111 aos R$ 4,199.

Em abril, mês da mais recente pesquisa do Procon, estavam em uma faixa que ia de R$ 3,939 a R$ 4,179. Em contrapartida, o diesel passou de uma afixa de R$ 3,179 a R$ 3,699 para uma de R$ 3,219 a R$ 3,659: o preço máximo caiu, mas houve aumento na média.

Caminhoneiros demonstram preocupação

O presidente da Associação dos Caminhoneiros do Vale do Itapocu (Acavi), Kelvyn Cristofolini, diz que o ajuste do diesel tem preocupado.

“O aumento do diesel, ele está preocupando muito a categoria, temos a lei 13.703/18 que é a lei da politica de preços mínimos de frete, na lei temos o gatilho que quando o diesel passar dos 10%, o frete é reajustado, porém a lei hoje não está sendo cumprida”, diz.

Segundo Cristofoloni, estima-se que menos de um décimo dos caminhoneiros autônomos estejam conseguindo cargas dentro do piso mínimo de frete.

“Estamos trabalhando em condições piores que a um ano atrás, quando teve a greve dos caminhoneiros”, afirma.

Caminhoneiros afirmam que situação está mais crítica do que antes da greve | Foto Fernando Frazão/Agência Brasil

De acordo com o líder setorial,  a categoria não tem paralisado novamente para evitar um colapso nacional – mas que a situação tem se aproximado do ponto crítico.

“O problema maior ainda é que quando o diesel sobe, tudo sobe, pneu, manutenção, refeições a compra no mercado, mais o frete não está subindo!”, diz.

A Petrobras também anunciou na semana passada um aumento médio de 3,4% no preço do GLP (gás liquefeito de petróleo) de uso residencial, o gás de cozinha, para R$ 26,20 por botijão de 13 quilos, na média nacional. O reajuste entrou em vigor a partir de domingo (5). O último reajuste do gás de cozinha foi em fevereiro, quando os preços subiram cerca de 1%.

 

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