Ainda é cedo para dizer se Ômicron é mais grave, diz OMS

Foto: Divulgação

Por: Pedro Leal

09/12/2021 - 09:12 - Atualizada em: 09/12/2021 - 09:16

A variante Ômicron já foi detectada em 57 países, no entanto mais de 99% dos casos de Covid-19 continuam a ser causados pela Delta. Embora a nova cepa do coronavírus esteja se disseminando rapidamente pela África do Sul, a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que ainda é cedo para tirar conclusões sobre a sua transmissibilidade ou o impacto no combate à pandemia em nível global.

Na África do Sul, onde a Ômicron foi registrada pela primeira vez, a incidência continua a aumentar, tendo sido notificados 62.021 novos casos entre 29 de novembro e 5 de dezembro – um aumento de 111% em relação à semana anterior, de acordo com o último relatório epidemiológico da OMS. Até agora, segundo o mesmo documento, já foram detectados casos da variante em 57 países.

“Considerando, no entanto, a circulação predominante da variante Delta em muitos países, particularmente na Europa e nos Estados Unidos, é muito cedo para tirar qualquer conclusão sobre o impacto que a Ômicron terá na epidemiologia global de Covid-19”, esclarecem os especialistas no relatório divulgado nessa quarta-feira (8), antes de entrevista coletiva da OMS.

O Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças estima que essa variante mais recente se torne dominante na Europa nos próximos meses. Porém, os especialistas consideram que é necessária mais informação para verificar se a Ômicron é mais infeciosa do que as outras estirpes ou se as vacinas poderão ser menos eficazes.

“Embora pareça haver provas de que a variante Ómicron pode ter uma vantagem de crescimento sobre outras em circulação, não se sabe se isso significa que tem maior transmissibilidade”, acrescenta o relatório.

Na entrevista coletiva desta quarta-feira, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, pediu o compartilhamento de informação das autoridades nacionais com a comunidade internacional relativas à Ômicron, para melhor acompanhamento, lembrando que os dados que existem e a informação que se conhece são preliminares e que é muito cedo para conclusões sólidas em relação à variante.

“Dados preliminares da África do Sul sugerem um risco de reinfecção mais elevado com a Ômicron, mas são necessários mais dados para tirar conclusões sólidas. Existem também elementos que fazem pensar que a Ômicron provoca sintomas menos graves do que a Delta, mas também aqui é ainda demasiado cedo para haver certeza”, afirmou.