Abertura de pequenos negócios mantém ritmo de 2015

Por: OCP News Jaraguá do Sul

22/09/2016 - 10:09 - Atualizada em: 27/09/2016 - 09:09

A crise econômica não alterou o ritmo de formalização dos micro e pequenos negócios em Jaraguá do Sul. Segundo dados do Empresômetro, considerado o censo do setor no Brasil, até setembro deste ano foram abertas 1.094 novas empresas no município, uma média de 4,5 por dia. O índice mantém o ritmo observado no ano passado, quando foram abertos 4,2 negócios por dia.

O cenário diferente do observado em nível nacional onde houve crescimento expressivo. Segundo dados do Indicador Serasa Experian de Nascimento de Empresas, no primeiro semestre deste ano foram registradas mais de um milhão de novas empresas no Brasil, um recorde para o período desde o início da série histórica, em 2010.

De acordo com a coordenadora regional norte do Sebrae, Zenilde Balsanelli, o movimento sentido no País é motivado principalmente pelo aumento do desemprego, impulsionando trabalhadores desempregados a buscarem alternativas para a geração de renda. Entretanto, o momento econômico também leva muitos potenciais empreendedores a postergarem a abertura de uma empresa, por medo de não obterem o retorno desejado ou por não possuírem os recursos necessários, explica Zenilde.

pagina 10asasas

Segundo o economista e professor da Católica SC, Jamis Piazza, municípios como Jaraguá do Sul, que dispõem de mão de obra mais qualificada, costumam gerar empreendedores mais conscientes sobre as nuances do mercado. “A competitividade e o risco alto fazem esses profissionais ficarem com os pés no chão”, analisa o economista. “E hoje não basta ter dinheiro, é preciso ter conhecimento de mercado. Empreender não é para qualquer um, demanda tempo e análise para minimizar os riscos”, complementa.

E minimizar os riscos significa se preparar. Conforme Zenilde, antes de investir, é fundamental que o empreendedor faça uma pesquisa de mercado, verifique o ritmo de crescimento em que pretende atuar, elabore um plano de negócios e, se possível, utilize capital próprio. “Em tempos de crise, pode haver mais informalidade, e ela não é benéfica ao empreendedor, pois dificulta a compra de mercadorias, o acesso a novos mercados e o torna sujeito a notificações de órgãos fiscalizadores”, salienta.

pagina 10asasas

Representatividade cai

Apesar da estabilidade no ritmo de abertura dos pequenos negócios, a representatividade das Micro e Pequenas Empresas (MPE) teve uma leve queda em Jaraguá do Sul. No ano passado, das 12.368 empresas ativas no município, 92,1% eram micro ou pequenas. Este ano, entretanto, a participação destes negócios passou para 91,4% do total de 13.456 empresas ativas, nos dados apurados até setembro. É o menor patamar dos últimos quatro anos.

Ainda assim, uma boa notícia é que a mortalidade das micro e pequenas empresas parece estar desacelerando este ano. Até setembro, 166 MPEs haviam fechado as portas no município, uma média de pouco mais de 18 negócios por dia. O número é bem inferior ao registrado no ano passado, quando 494 MPEs encerraram suas atividades, 41por dia.

Ainda assim, o cenário econômico vivenciado nos últimos dois anos demonstra não ter tido o mesmo peso sobre os pequenos empreendedores que a crise de oito anos atrás. Isso porque, segundo os dados do Empresômetro, o município perdeu 645 pequenos negócios em 2008 – 30% as mais do que o resultado do ano passado. O ano de 2008 também foi o único da série histórica da pesquisa, iniciada em 2007, em que o número de negócios encerrados foi superior ao de empresas formalizadas.

De acordo com Piazza, isso acontece porque as empresas estão mais preparadas para enfrentar a crise hoje do que há oito anos. “A crise sempre existiu e sempre vai existir, mas houve um amadurecimento do empresário, que se preparou melhor para suportar e dar continuidade ao negócio. A crise não pode pegar ninguém de surpresa. Quem tem um negócio sabe que é preciso conviver com períodos positivos e negativos na economia”, afirma o economista.