A ABBC – Associação Brasileira de Bancos prevê elevação de 0,5 p.p. na Selic, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que ocorre entre 6 e 7 de maio. A projeção de aumento feita pela instituição acompanha a tendência das reuniões realizadas em janeiro e março deste ano. Com a elevação, a taxa básica de juros ficará no patamar de 14,75% a.a.
A entidade projeta que deve ocorrer mais um aumento residual de 0,25 p.p. na Selic em junho, encerrando o ciclo de alta em 15,00% a.a.. Segundo a ABBC, esse cenário deve ser confirmado por conta da volatilidade do mercado devido aos riscos da alta da inflação, moderação do ritmo de crescimento da atividade econômica brasileira e tensões no comércio internacional com as novas tarifas de importação anunciadas pelos EUA.
Para Everton Gonçalves, diretor de Economia, Regulação e Produtos da ABBC, ainda que o balanço de riscos para a inflação tenha reduzido a assimetria, prevalecem ainda os riscos de alta, o que recomenda a manutenção de uma postura cautelosa e parcimoniosa na condução da política monetária.
“Em função da volatilidade observada recentemente e do aumento substancial da incerteza no ambiente econômico, na mensagem do Copom não deverá se comprometer com novos ajustes e sublinhar a necessidade de se preservar um elevado grau de discricionariedade na condução da política monetária, condicionando suas decisões à evolução prospectiva dos principais indicadores econômicos e financeiros. Tal estratégia asseguraria uma maior flexibilidade e tempestividade na resposta às mudanças no cenário de referência.”
Gonçalves destaca ainda que, apesar das dificuldades dos possíveis impactos da intensificação das tensões comerciais globais, seria pertinente que o Copom esboçasse uma avaliação preliminar acerca dos potenciais efeitos desses choques sobre a condução da política monetária. “Além disso, com a aproximação do final do ciclo, talvez fosse relevante para a mitigação da volatilidade a divulgação das projeções no cenário alternativo, no qual a Selic mantém-se constante no horizonte de tempo relevante para a política monetária”, enfatiza.