Em sua 13ª edição, o relatório OCP de Expectativas de Mercado mostra um grau de confiança ainda consideravelmente melhor que o visto no ano passado, acompanhado de uma projeção de inflação elevada e um otimismo revigorado com relação ao crescimento do Produto Interno Bruto.
O levantamento também consolida as perspectivas cautelosas quanto ao andamento da economia brasileira nos próximos meses e prevê ainda uma alta na inflação.
Divulgado mensalmente, o relatório reúne a expectativa de lideranças locais sobre indicadores vitais da economia brasileira para o exercício de 2021, bem como a perspectiva de comportamento de economia regional.
Recuperação
2021 segue com a perspectiva de crescimento para a economia regional, dando fim aos meses de pessimismo e preocupação, com 87,5% dos consultados acreditando que a região deva crescer este ano.
Essa retomada do otimismo é movida em grande parte pelos avanços de vacinação contra Covid-19, recuando o quadro de pandemia, e ao fim das incertezas políticas orbitando a presidência dos EUA.
Ao longo do ano passado, o Relatório OCP de Expectativas de Mercado acompanhou as mudanças expressivas nas perspectivas das lideranças locais quanto a economia da região e do país.
2020 começou com um forte otimismo para o crescimento econômico do Vale do Itapocu, foi abalado pela chegada da pandemia de Covid-19, que trouxe muitas incertezas para todo o mundo.
Abril, maio, junho e julho marcam os meses em que a confiança em uma possível recuperação econômica se mostrou abalada, quase inexistente.
Os meses seguintes, porém, refletem a reação dos mercados, com o retorno de uma estimativa positiva, culminando com os números de dezembro, que se mostram fortemente positivos, deixando o fantasma da retração para trás.
Produto Interno Bruto
A expectativa do empresariado de Jaraguá do Sul e região é que o Produto Interno Bruto (PIB), a soma de toda a produção econômica do país, tenha um crescimento de 3,3% em 2021, projeção positiva que ainda não recuperaria as perdas de 2020.
Com a edição de abril, a projeção retomou os níveis acima de 3%, depois de cair abaixo desta linha em março, com expectativa de 2,88%.
A edição de dezembro encerrou com -4,48%, mantendo a tendência de queda, embora consideravelmente menos intensa do que em agosto, com projeção de queda de -5,71%, e julho, quando se esperava queda de -7%.
Em setembro, era projetada uma queda de -5,56%, enquanto a edição de outubro registrava projeção de -4,98%. Novembro viu uma pequena melhora na projeção, com -4,76%.
A queda projetada em agosto era a mesma registrada na somatória dos anos de 2015 e 2016.
Na primeira edição do relatório, em março, se esperava um crescimento de 1,9%. A perspectiva teve mudanças nos meses seguintes: -1,1% em abril, -3,7% em maio e -5,46% em junho.
IPCA
A projeção de inflação para o consumidor amplo voltou a bater recordes: a projeção para o Índice de Preços para o Consumidor Amplo (IPCA) registrou 4,6% em abril, o maior valor desde o início da pesquisa, quase 0,7 ponto percentual acima do valor de fevereiro, de 3,76%. Março já havia registrado um valor expressivo para a inflação, de 4,4%.
Cotação do dólar
Para a cotação do dólar, a projeção é que a divisa americana feche o ano em R$ 5,43, com queda na comparação com a cotação atual, de R$ 5,70.
A edição final de 2020, de R$ 5,33, encerrava um ciclo de altas na projeção do dólar, que vinha sido registrada ao longo do período de julho a setembro, quando a expectativa passou de R$ 5,10 para R$ 5,16 e depois para R$ 5,22.
Em junho, a expectativa era que a moeda fechasse o ano a R$ 5,27, contra os R$ 5,05 de maio, R$ 4,31 de março e R$ 4,78 de abril.
Em contrapartida, a taxa básica de juros teve uma disparada na projeção; a edição de abril do relatório prevê uma Selic de 4,56%, a maior desde o início da pesquisa, em março passado.