10 projetos inovadores das startups mais promissoras de Jaraguá do Sul

Por: OCP News Jaraguá do Sul

14/04/2018 - 06:04 - Atualizada em: 16/04/2018 - 07:00

Muito se fala nas grandes empresas de Jaraguá do Sul, mas a cidade esconde uma cena de empreendedorismo pouco conhecida, e de grande potencial para a inovação. Três espaços se destacam neste sentido: a Incubadora Jaraguatec, do Núcleo de Inovação e Pesquisas Tecnológicas da Católica de Santa Catarina, a aceleradora de Startups Spin Exponential Business e, em um futuro próximo, o Centro de Inovação construído pelo governo do Estado.

Mas o que está sendo desenvolvido por esses projetos de inovação e empreendedorismo? Para elucidar essa questão e esclarecer algumas das coisas que estão sendo desenvolvidas em Jaraguá do Sul, pedimos ao diretor-executivo do Jaraguatec, Victor Danich, e ao fundador da Spin, Benyamin Parham Fard, algumas indicações de projetos desenvolvidos em seus espaços.

Danich ressalta que é importante diferenciar o trabalho das aceleradoras – voltadas para  empresas que já estão atraindo investidores e que precisam daquele “último pontapé” para se inserirem de vez no mercado – e das incubadoras, onde empreendedores tem os meios para desenvolver suas ideias por um baixo custo e pouco risco.

“Se a idéia não vingar no estágio de incubação, o prejuízo para o empreendedor é muito pequeno”, nota, ressaltando que nem sempre é necessário seguir para a aceleração.

Veja agora 10 projetos inovadores das startups mais promissoras de Jaraguá do Sul:

1. “Segurança no Trabalho via Internet das Coisas” da Target ID

Entre os projetos em aceleração na Spin, um destaque fica por conta da plataforma de segurança no trabalho Target ID, do lageano Athos Branco, que entrou em processo de aceleração no mês de março. Trabalhando com conceitos de indústria 4.0 e Internet das Coisas (IoT), o sistema – que já foi implementado em uma empresa de Lages e que já está contratado por duas outras empresas – visa reduzir custos com acidentes e indenizações através do monitoramento inteligente dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).

“Nós fazemos uso de tags de identificação por rádio-frequência (rfid) nos equipamentos para controlar o uso devido dos equipamentos, o tempo de permanência em áreas de risco e o prazo de validade dos EPIs. Quando o sistema detecta um erro, ele registra automaticamente e envia notificações para o celular do gestor”, explica o empresário. Além dos tags mantendo o registro em servidor, o sistema também gera comprovação visual das infrações através das câmeras de segurança.

Segundo Athos, os custos com acidentes e com indenizações muitas vezes são elevados e são ignorados por muitas empresas, que acabam investindo pouco em segurança no trabalho. Com sistemas como o da Target ID – o único desenvolvido na região – esses custos podem ser reduzidos consideravelmente, “O que aumenta a competitividade”, diz. Já com investidores demonstrando interesse, a meta agora é aprimorar o sistema com dados de geolocalização, do transporte de produtos e cargas e de entrada e saída de funcionários.

2. “Fabricação de peças prontas”  da CROM

Há seis anos, o projetista Jean Patrick de Oliveira elaborou um projeto especial de fôrmas metálicas para colunas de energia eólica, vendido para o grupo indiano Suzlon por R$ 150 mil. Desta venda, surgia o embrião do que se tornaria a CROM – Inovação em Engenharia, em processo de incubação no Jaraguatec.

A incubação iniciou em 2013, depois de um período inicial onde o trabalho era só Jean, a esposa, Paula, e um laptop. “Surgiam oportunidades e eu tinha que emitir nota fiscal pelo CPF. Em 2013 então dei início à CROM”, explica. Desde então, a empresa atuou em diversos projetos, incluindo um período de 15 meses projetando dormentes de concreto para um grupo austríaco, entre 2014 e 2015.

A CROM foi a primeira na região a elaborar peças para o setor de energia eólica | Foto Eduardo Montecino

A CROM foi a primeira na região a elaborar peças para o setor de energia eólica | Foto Eduardo Montecino

A dupla ainda trabalha com projetos especiais para diversos fins – e foi a primeira na região a elaborar peças para o setor de energia eólica – mas hoje a empresa tem um novo foco: a fabricação de peças prontas para projetos de construção.

Cerca de 90% da produção é terceirizada, feita por empresas parceiras; devido à crise que atravancou a construção civil no país e da qual o cenário começa a se recuperar, ainda não compensa para a empresa ter uma fábrica de grande porte.

A crise também foi responsável por um revés no projeto da CROM: a empresa havia saído da incubação e, por conta do quadro de recessão, se viu forçada a voltar para a incubadora com o fim de cortar despesas – a perspectiva é de retomar o crescimento agora que  o país saiu do quadro recessivo.

3. “Marketing digital 360°” da Valore Digital

Atender as necessidades dos clientes em todos os aspectos – do branding até as vendas: essa é a meta da Valore Digital, em processo de incubação no Jaraguatec. Fundada em 2017 pela dupla Tatiana Natachi e Samanta da Silva, a empresa se destaca pelo que elas chamam de “pacote Full Service”, com uma cobertura “360 graus”: trabalhar todas as etapas do marketing da empresa, do design da marca até a programação da plataforma de e-commerce.

“Formar a equipe para esse tipo de trabalho é muito custoso e trabalhoso para pequenas empresas, mas quem não está na rede está fora do mercado, nossa intenção é justamente fazer com que o cliente não tenha que ir ele mesmo procurar e contatar essa equipe”, explica Tatiana, ressaltando que a Valore terceiriza estes serviços através de uma equipe de profissionais.

A Valore foi fundada em 2017 pela dupla Tatiana Natachi e Samanta da Silva | Foto Eduardo Montecino

A Valore foi fundada em 2017 pela dupla Tatiana Natachi e Samanta da Silva | Foto Eduardo Montecino

A resposta para a ideia tem sido altamente positiva, conta a dupla, que considera ter subestimado a demanda por esse serviço. “Nossa meta é fortalecer a parte comercial, pois vimos que a procura e o esforço eram maiores do que tínhamos previsto”, explica. Hoje com três clientes no pacote “Full Service”, a expectativa é que a Valore saia da incubação e entre em processo de aceleração até o fim do ano.

4. “Tecnologias da comunicação e de segurança” da Integrafone

Surgindo para sanar uma carência das empresas em termos de tecnologias da comunicação e de segurança, a Integrafone – antiga Wehup – foi fundada em 2012 pelo profissional de Tecnologia da Informação, Guilherme Daleffe.

Incubada no Jaraguatec, a empresa atua em projetos de segurança em condomínios residenciais e em sistemas de telefonia informatizados para reduzir custos de empresas.

A solução via internet que já foi aplicada em empresas no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais e até conta com centrais nos Estados Unidos e na Austrália.

5. “Robótica industrial” da RBR Robotics

Com faturamento garantido de R$ 5 milhões para 2018, com perspectiva para talvez dobrar isso, a RBR Robotics, do empresário e engenheiro Jean Karsten, se encontra no processo árduo de “sair do ninho” e largar a incubadora para trabalhar em sede própria.

Hoje, o país importa quase todos seus robôs industriais, e não conta com empresas voltadas para a produção dos mesmos, nicho que a RBR vem a atender após quatro anos de desenvolvimento e um ano e meio de incubação.

6. “Gestão de negócios e pequenos apps” da Meg i9 Soluções

Há empresas que surgem para prestar um serviço que antes era feito dentro de uma empresa, e que passa a ser gerido por fora. Foi o caso da Meg i9 Soluções.

A equipe atuava na área de sistemas da Systêxtil, empresa de gestão empresarial, e a pedido da empresa, abriram empresa própria para prestar o serviço para os clientes dela, criando ferramentas satélite para a gestão de negócios e pequenos apps.

A transição foi complicada, devido ao perfil mais técnico dos profissionais fundadores, sem experiência em gestão. Do trio original, composto por Edson Pio, Márcio Paludo e Gisela Vogt, a equipe passou para seis pessoas.

7. “App de gerenciamento de pedidos em bares e lanchonetes” do Você Pede

Lançado em janeiro deste ano, em processo de incubação no Jaraguatec, o aplicativo “Você Pede”, do empresário Douglas Medeiros, oferece uma plataforma digital para gerenciamento de pedidos em bares e lanchonetes.

Com 22 restaurantes cadastrados, o sistema oferece duas versões do aplicativo: uma para as empresas, para uso por parte dos garçons, e outra para os clientes, que podem fazer pedidos da praticidade do celular, dispensando a espera por atendimento.

8. “Organização e gerenciamento de processos” da Dynamique

Em processo de aceleração na Spin Exponential Business, a Dynamique é uma plataforma em nuvem que ajuda a organizar e gerenciar processos, documentos e informações corporativas.

O idealizador, Fabio Silva, explica que a empresa atua em duas frentes no GED (Gestão Eletrônica de Documentos) e no BPM (gestão de processos empresariais) com base na inovadora tecnologia Blockchain, a mesma relacionada a criptomoedas como o Bitcoin, usada para auxiliar na mitigação de fraudes, redução de perdas e potencialização de bons resultados.

Entre os clientes já atendidos pelo Blockchain Dynamique em diferentes modalidades de serviços estão marcas como Coca-Cola, Cerveja Proibida, Freudenberg, Aerospace Brazil e Biondi Transporte e Logística.

9. “Plataforma na nuvem para dentistas” da Clinicorp

Criada para atender as demandas de profissionais odontológicos, a Fintech Clinicorp, atua no gerenciamento de clínicas com um sistema que se encarrega da cobrança direta através de boletos e cartão.

Para aprimorar os serviços, a startup – com clientes em todos os estados brasileiros e prognósticos de expansão internacional – firmou uma parceria com a startup Belluno Pagamentos, também de Jaraguá do Sul.

Além de organizar a parte financeira das clínicas odontológicas, a plataforma ainda conta com agenda inteligente, gerenciamento de pacientes, relatórios e cadastro de especialidades.

10. “Compartilhamento de maquinário industrial” da Bee2Share

Citada pela Startse – uma das maiores publicações sobre Startups – como uma das dez ideias mais inovadoras do país, a Bee2Share oferece uma plataforma que conecta as indústrias, solucionando o problema de quem tem máquinas ociosas e também daqueles que precisa dos equipamentos para produzir mais.

“Nós fazemos com as máquinas da indústria o que o Uber faz com os carros e o que o Airbnb faz com os espaços ociosos”, resume um dos fundadores da empresa, o publicitário Claudio Giglio D’Amato. A empresa conta com mais de 60 usuários cadastrados, entre médias e pequenas empresas.

O conceito é compartilhamento de máquinas a partir de uma plataforma online. De um lado, empresários se cadastram em busca de equipamentos que vão ajudar a resolver suas demandas de produção.

Do outro, empresas que estão com máquinas paradas, ociosas, conseguem “alugar” esses equipamentos, reduzindo perdas e gerando lucro com o patrimônio. A ferramenta aproxima esses dois públicos, fomentando as negociações.

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