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1% de aumento nas taxas de reciclagem pode reduzir cerca de 2000 toneladas de resíduos plásticos por ano, aponta pesquisa

Foto Eduardo Montecino/PMJS

Por: Pedro Leal

02/06/2025 - 15:06 - Atualizada em: 03/06/2025 - 14:11

Uma pesquisa inédita da companhia global Avery Dennison indica que apenas um aumento 1% nas taxas de reciclagem pode reduzir cerca de 2.000 toneladas de resíduos plásticos por ano, considerando uma indústria de engarrafamento que produza 10 bilhões de frascos no mesmo período – entre outros achados.

A pesquisa da empresa revela o ganho potencial em produção e para o meio ambiente com a utilização de embalagens com etiquetas autoadesivas de alta tecnologia. O documento tem como base entrevistas com o setor produtivo, autoridades governamentais, entre outros players do segmento, em 11 países na Europa, Ásia e Américas, incluindo Brasil.

Um aumento de 1% nas taxas de reciclagem pode reduzir aproximadamente 2.000 toneladas de resíduos plásticos anualmente em aplicações bilionárias de engarrafamento. A maioria das marcas globais de bens de consumo embalados (CPG) têm a meta de alcançar embalagens 100% recicláveis até 2030. Plásticos rígidos reciclados emitem cerca de 70% menos emissões que seus equivalentes feitos de plástico virgem.

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Estes são apenas alguns dos números apresentados no novo white paper “Etiquetas autoadesivas e seu papel na promoção da circularidade das embalagens”, desenvolvido pela Avery Dennison, uma empresa global de ciência de materiais e soluções de identificação digital.

O relatório também aponta que grande parte do crescimento das marcas de bens de consumo (CPG) advém de marcas sustentáveis e mostra como etiquetas autoadesivas podem fazer parte da solução. O estudo explora o estado atual de sustentabilidade das embalagens das marcas, incluindo como as inovações tecnológicas podem trazer benefícios concretos.

“O white paper é um documento de referência baseado em pesquisas para marcas de bens de consumo que estão tomando decisões sobre embalagens sustentáveis,” disse Ryan Yost, presidente da Avery Dennison, Materials Group. “Empresas de bens de consumo enfrentam uma pressão cada vez maior de consumidores, varejistas, órgãos reguladores, investidores e colaboradores para priorizar a economia circular. As inovações em embalagens fazem parte de suas estratégias para atender às expectativas do mercado.

O estudo fornece dados ricos baseados em entrevistas conduzidas com empresas globais de bens de consumo, bem como materiais de fontes reconhecidas e insights das equipes da Avery Dennison que atuam globalmente com clientes, recicladores, órgãos legislativos e associações da indústria. Consideramos este material uma ferramenta prática para que empresas enfrentem os desafios da circularidade — uma nova fonte informativa de pesquisa.”

Principais descobertas incluem:

  • Marcas estão buscando incessantemente a circularidade. Quase todas marcas globais de bens de consumo têm a meta de alcançar 100% de embalagens recicláveis, reutilizáveis e compostáveis até 2030.
  • Produtos sustentáveis representaram cerca de 31% do crescimento do setor de bens de consumo entre 2013 e 2023, apesar de corresponderem a apenas aproximadamente 18,5% da participação de mercado sustentável de CPG.
  • Consumidores percebem as embalagens como um dos elementos mais controláveis e visíveis da sustentabilidade de uma marca. Cerca de 31% dos consumidores acreditam que “investir em embalagens sustentáveis” é uma das três principais formas de lidar com questões ambientais
  • Apesar dos avanços na produção, uso e descarte de embalagens, o consumo global de plástico quadruplicou nos últimos 30 anos, respondendo por 3,4% das emissões globais de carbono e 350 milhões de toneladas de lixo, sendo 40% desse volume proveniente de embalagens.
  • Regulamentações estão impulsionando mudanças nas embalagens. Por exemplo, o Regulamento de Embalagens e Resíduos de Embalagens (PPWR) na Europa exige que as embalagens sejam projetadas para reciclagem (DfR) e que no mínimo 10% das embalagens de bebidas sejam reutilizáveis até 2030.
  • A reciclagem de embalagens e os modelos de reutilização/refil podem causar um impacto significativo. Por exemplo, plásticos rígidos reciclados, como PET e HDPE, produzem cerca de 70% menos emissões em comparação aos seus equivalentes feitos de plástico virgem.
  • Uma nova geração de etiquetas autoadesivas com funcionalidade de “deprendimento limpo” permite a separação superior e limpa da etiqueta e tintas durante o processo de reciclagem. Este método garante materiais reciclados de qualidade superior que, no caso de plásticos rígidos como PET e HDPE, permite a reutilização criativa para criar novas garrafas, reduzindo a necessidade de matérias-primas virgens e aumentando a circularidade das embalagens das marcas.

Metodologia

Os dados neste documento foram obtidos por meio de entrevistas realizadas em 2024 com empresas de bens de consumo, recicladores e outros especialistas em mais de nove países, incluindo Brasil, Estados Unidos; Alemanha, França, Holanda, Itália, Reino Unido; Itália, China e China. Além disso, foram analisados relatórios globais da indústria e do mercado, estudos sobre embalagens e os resultados de testes conduzidos por terceiros.

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O estudo também incorpora entrevistas e interações com clientes, recicladores, agentes governamentais, órgãos legislativos e associações globais de indústria onde a empresa opera.

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Pedro Leal

Analista de mercado e mestre em jornalismo (universidades de Swansea, País de Gales, e Aarhus, Dinamarca).