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Tecnologia nacional: algumas das maiores invenções feitas por brasileiros

Foto: Pixabay

Por: Maria Luiza Venturelli

23/05/2020 - 14:05 - Atualizada em: 28/05/2024 - 13:24

Muita gente não sabe, mas algumas das invenções que tornam a vida de muitas pessoas mais segura e divertida, além de trazerem mais praticidade, foram criadas no Brasil. O avião é um dos casos mais famosos, embora exista uma certa polêmica em torno da sua origem. Conheça algumas outras tecnologias que surgiram aqui:

Rádio

Foto: Freepik

O rádio é uma das criações brasileiras. Apesar da invenção ser tradicionalmente atribuída a Guglielmo Marconi, anos antes, o padre e inventor brasileiro Roberto Landell já trabalhava com o uso de ondas eletromagnéticas.

Além disso, ele conseguiu fazer a transmissão da voz de algumas pessoas a uma distância de aproximadamente oito quilômetros, porém, seu feito foi esquecido. Enquanto Marconi recebeu o Prêmio Nobel de Física no ano de 1909.

Escorredor de arroz

Foto: Pixabay

Utensílio essencial na cozinha do brasileiro, o objeto também foi criado por uma brasileira! Therezinha Beatriz Alves de Andrade Zorowich era cirurgiã dentista e gostava muito de cozinhar nas horas vagas.

A mulher criou e patenteou o escorredor nos anos de 1950, pois não via sentido em utilizar um pote para lavar e outro para escorrer o arroz, além de se entristecer com o desperdício dos grãos que caíam na pia. Para a criação, ela contou com a ajuda do marido, que era engenheiro.

Foi então que ela se tornou a responsável pela criação do objeto que facilita as vidas de todas as pessoas que gostam de cozinhar.

Bina

Foto: TecMundo

A bina é outra que faz parte das invenções brasileiras que muitos não sabem ser brasileiras. O famoso sistema identificador de chamadas presente em telefones fixos e móveis foi criado por um brasileiro que lutou até a morte para ter seus direitos reconhecidos. A invenção é um feito de Nélio José Nicolai, porém, isso não é considerado unanimidade.

Nos anos 1980 e 1990, quando os celulares ainda não eram populares e a comunicação telefônica acontecia por meio de aparelhos fixos, não era possível saber quem estava ligando. Isso até 1977, quando o eletrotécnico mineiro desenvolveu a bina, acrônimo cujo significado é “B identifica número de A”.

Nicolai trabalhava na empresa Telebrasília, antiga operadora local da Telebrás, e percebia que a ocorrência de trotes telefônicos era muito grande, principalmente nas chamadas de socorro. Buscando diminuir os trotes, Nicolai criou um identificador de chamadas telefônicas.

Até então, o sistema era operado por meio de um aparelho acoplado ao telefone. A invenção foi acusada de ser inovadora, mas negativa, por invadir a privacidade das pessoas. Porém, quando Nicolai resolveu testá-la com um grupo de bombeiros de seu prédio, a bina foi extremamente elogiada.

Em 1980, Nicolai participou de um seminário promovido pelo Ministério da Desburocratização, no qual sua invenção foi exposta. Em seguida, ele requereu a patente, mas já era tarde, pois a ideia havia sido adotada por uma série de empresas e se alastrou pelo mundo.

Abreugrafia

Foto: BBC

O método foi criado pelo professor e médico brasileiro Manuel Dias de Abreu em meio à epidemia de tuberculose que rodeava o Rio de Janeiro nas primeiras décadas do século XX.Trata-se de uma radiografia em tamanho reduzido dos pulmões a partir de um método rápido e de baixo custo com o objetivo de facilitar o diagnóstico daquela doença que levava a altos índices de mortalidade à época.

Abreu era chefe do serviço de radiologia do antigo Hospital Alemão e desenvolveu uma máquina emissora de feixe de raios X, uma combinação de técnicas de radiologia e de fotografia. Os desenhos do médico foram a referência para engenheiros da subsidiária da Siemens AG no Rio, a Casa Lohner, construírem os primeiros aparelhos.

Em 1936, Abreu obteve as primeiras imagens com nitidez suficiente para detectar sinais de tuberculose ainda imperceptíveis por outras técnicas diagnósticas de então. Assim, o exame possibilitou o diagnóstico da doença ainda antes do surgimento dos sintomas, além da detecção de sinais de cânceres e cardiopatias.

A técnica de imagem foi denominada de “roentgenfotografia” por Abreu, porém, em decisão unânime de médicos do I Congresso Nacional de Tuberculose, em 1939, ela foi designada como “abreugrafia” em homenagem ao inventor.

Balão de ar quente

Foto: Pixabay

O balão de ar quente é mais uma invenção na lista brasileira, criado pelo padre Bartolomeu de Gusmão, brasileiro nascido no século 17. Ele foi responsável pelo desenvolvimento de uma série de aparatos, sendo o mais surpreendente deles o balão de ar quente.

O padre criou seu primeiro invento no Seminário de Belém, na Bahia, aos 13 anos. Tratava-se de uma máquina com cano longo que carregava água do brejo para abastecer o seminário, conhecida como “carneiro hidráulico”. O invento foi a primeira patente outorgada a um brasileiro, em 1707.

Já em 1709, Bartolomeu Gusmão obteve a patente para o aeróstato (veículo aéreo impulsionado por ar quente), porém, o modelo pegou fogo antes de subir, na primeira experiência. Na segunda tentativa, voou quatro metros antes de queimar. Já as experiências seguintes no Palácio Real e na Casa da Índia, foram bem-sucedidas, demonstrando a viabilidade da invenção.

No entanto, problemas na invenção, perigosa e desprovida de controle, inviabilizaram um modelo maior, que pudesse ser usado pelo homem. Os irmãos Montgolfier se basearam na obra de Gusmão para obter a primeira subida do homem em balão em 1783, com lastro para controle de altitude. Mais tarde, surgiram os modelos a maçarico e os modernos, movidos a hidrogênio, hélio, amônia e gás de carvão.

Máquina de escrever

Foto: Pixabay

A máquina de escrever é uma das invenções brasileiras que os inventores não levaram o crédito. Muitos consideram o padre Francisco João de Azevedo o criador da máquina de escrever.

Com apenas uma lixa e um canivete, em 1880 o inventor construiu, em madeira, uma máquina de escrever. O invento só não foi patenteado porque, segundo pesquisadores, um estrangeiro o fez desistir da ideia e roubou o projeto.

Francisco nasceu em Mamanguape, na Paraíba, em 1814. Apesar de ter ficado órfão cedo, seu pai lhe ensinou vários princípios de mecânica. Ainda jovem, ele trabalhou como tipógrafo.

A máquina foi feita em Jacarandá. Equipado com 14 teclas, o móvel se parecia com um piano. Cada tecla adicionava uma haste comprida com uma letra na ponta. A máquina permitia datilografar as letras do alfabeto e os sinais ortográficos, Além disso, um pedal era utilizado para trocar de linha.

O invento foi exibido na Exposição Agrícola e Industrial de Pernambuco de 1861, onde o inventor foi premiado com a medalha de ouro.

Francisco faleceu em 1880 sem completar o sonho de patentear a máquina e transformar o Brasil num grande exportador do produto. Como em todas as grandes invenções, inúmeros países reivindicam a invenção da máquina de escrever.

Urna eletrônica

Foto: Agência Brasil

Idealizador da urna eletrônica, o desembargador aposentado Carlos Prudêncio era juiz eleitoral em Brusque, onde reside até hoje, quando adotou a inovação no primeiro turno da eleição presidencial de 1989.

Era o resultado de uma longa busca de aprimoramento do processo, que começou quando ele assumiu em 1969 como juiz eleitoral em São Francisco do Sul. A partir da experiência de agilização na apuração, foi estudando novos sistemas em Mondaí, Ituporanga, Xanxerê, Joaçaba, Capinzal e, finalmente, no Vale do Itajaí.

Em Brusque, em parceria técnica com o irmão Roberto, instituiu pela primeira vez a urna eletrônica, em duas seções, com o auxílio de um computador comum. Ele renovou a votação eletrônica no segundo turno presidencial de 1989 em duas seções eletrônicas, interligadas entre si e um terceiro equipamento no prédio que servia para a apuração.

Ambas as seções também estavam interligadas com um terceiro computador, em prédio separado. O feito foi repetido com cinco seções nas eleições seguintes e em 1995, foi levado ao Congresso Nacional , que aprovou a eleição eletrônica no Brasil.

Avião

Foto: Pixabay

Com certeza essa é uma das invenções de brasileiros mais famosas! Alberto Santos Dumont fez história ao mudar completamente a aviação moderna, fazendo uma contribuição direta tanto no desenvolvimento de dirigíveis como no de aviões.

O voo do brasileiro em uma distância de 60 metros com o 14-Bis, no Campo de Bagatelle, em Paris, marcou historicamente o dia 23 de outubro de 1906 e consagrou ainda mais o inventor. O aparelho subiu dois metros de altura e foi o bastante para a humanidade olhar para cima e para o futuro de forma diferente.

A invenção conseguiu abrir portas para o surgimento de uma nova forma de transporte, e como o inventor considerava isso um bem mundial, nunca chegou a patentear as suas invenções.

 

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Maria Luiza Venturelli

Jornalista formada pela Faculdade IELUSC, especializada em conteúdo publicitário, cultura e entretenimento. Apaixonada por contar histórias que conectam pessoas e marcas de forma autêntica.