Um texto muito especial dos Irmãos Grimm, escritores de origem alemã que criaram os mais consagrados e tradicionais contos infantis – de Chapeuzinho Vermelho a Rapunzel –, ganhou enorme repercussão em sua roupagem brasileira, no formato do musical que, agora, terá releitura encenada por alunos da Escola de Música Arte Maior.
“Os Saltimbancos”, espetáculo construído sobre o original dos irmãos alemães, no Brasil teve a mão, prosa e poesia de ninguém menos que Chico Buarque – em versão veiculada, inicialmente, em disco, a partir de obra do compositor ítalo-argentino Luis Enríquez Bacalov. O álbum infantil, lançado em 1977, trouxe as vozes do grupo MPB4, de Nara Leão e Miucha.
Essa obra inspiradora reúne, agora, nas mãos da Escola Arte Maior, que adaptou a dramaturgia para integrar a estratégia metodológica da Audição Musical Participada ao Vivo. A releitura, que entra em cartaz no dia 1º de outubro, no palco da Sociedade Harmonia Lyra, levou nome de “Cantoria da Troupe”. “A história deverá trabalhar a interação entre artistas de diferentes linguagens – atores, cantores, artistas circenses”, antecipa a diretora da escola, Kátia Siqueira. Nos palcos, um conjunto de seres lúdicos, regidos por uma personagem que quer realizar um grandioso espetáculo circense.
A diretora destaca o aspecto de educação musical que o projeto encerra: “A montagem exige um trabalho prévio em sala de aula. As escolas inscritas são convidadas a participar de uma sessão de formação na qual se partilha o trabalho a orientar na sala, a pretexto da preparação das intervenções das crianças”, detalha Kátia. Cantores, atores e performers fazem todo o trabalho técnico, também. Da concepção e montagem dos cenários, som e luz.
Buscando responder ao desafio de amplificar a arte musical em todas as suas nuances, a escola, que assumiu neste ano a gestão do Festival de Corais de Joinville, já promoveu, para o projeto, oficina de formação em Canto Coral para 40 professores de oito escolas públicas municipais, que incluíram atividades de orientação e mentoria on-line. Foram ministradas, ainda, vinte oficinas de Maquiagem Cênica para 800 estudantes do 5º ao 9º ano de escolas públicas municipais. E, ainda, oficina de Coro Cênico para 70 crianças e adolescentes, integrantes do Coral Infanto-Juvenil Arte Maior. Haverá, também, apresentação dos participantes da oficina de Coro Cênico para familiares dos participantes, envolvendo um público total de 500 pessoas.
O público-alvo da Audição Participada varia dos 9 aos 13 anos. “O projeto contempla atividades à altura do desempenho e desenvolvimento de cada uma das faixas etárias participantes”, acrescenta a diretora Kátia Siqueira. A estreia ocorre no dia 1º de outubro, às 19h, seguindo a programação nos dias 3, 4, 5 e 10, às 20h, e nos dias 6, 9 e 10, às 15h. As sessões à tarde são especiais para as escolas. Os ingressos custam R$ 10 e podem ser reservados aqui. A renda será revertida em alimentos para doação a organizações sociais.
Sobre a “Cantoria da Toupe”
Um grupo de animais estava insatisfeito pela maneira como eram tratados por seus donos, os Barões, que os exploravam com trabalhos forçados. Resolvem, então, protestar contra os maus tratos. E fogem. No caminho, são surpreendidos por uma banda anunciando a chegada de um circo. Resolvem seguir a banda e se deparam com uma visão fantástica: o tema musical da banda é, na verdade, cantado por um grupo de seres lúdicos. O circo pertence a duas mulheres exigentes: Madame Kryka e Senhorita Gertrudys, que pretendem fazer um espetáculo na cidade.
Para isso, contratam uma maestrina italiana que conheceram quando o circo passou no tradicional bairro italiano do Bixiga, em São Paulo. Os bichos ficam fascinados pelo circo e resolvem ser artistas. A possibilidade de uma nova jornada é tão fantástica que, magicamente, recebem a preparação artística. Além de cantar, vão se envolvendo com o dia a dia da vida no circo, conhecendo as pessoas que ali vivem e trabalham. Dessa forma, personagens da história de “Os Saltimbancos” são aceitos na narrativa do musical “Cantoria da Troupe”.
FICHA TÉCNICA
. Direção geral, artística e musical: Kátia Siqueira
. Produção executiva: Fábio Siqueira
. Assistentes de produção: Ju Pamplona e Erika de Moura
, Administrativo Financeiro: Jeovana Sá
. Direção cênica, coreografia e figurino: Lucas David
. Compositor: Cezar Elbert
. Arranjador e maestro: Edilson Forte
. Produção musical: Natana Alvarenga
. Instrumentistas: Edilson Forte (piano), Lucas Machado (bateria), Evandro Albino (guitarra), Kahlil Bello (baixo), Fabricio Dalprá (acordeon), Nathalia Fernandes (teclado).
