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Voluntárias criam bonecos “carequinhas” para crianças com câncer em Jaraguá do Sul

Foto Eduardo Montecino/OCP News

Por: Elissandro Sutil

06/12/2018 - 05:12 - Atualizada em: 13/11/2019 - 18:37

Os vestidos coloridos já estão devidamente produzidos e enfeitam as bonecas que se alinham lado a lado. Amarelo, rosa, vermelho.

As cores são inúmeras e os sentimentos também. Mas, claro, elas não se esqueceram dos super-heróis e suas máscaras. O Batman também é presença garantida nessa fila de bonecos.

O projeto “Carequinhas” está a todo vapor e, neste sábado (8) e na próxima segunda-feira (10), as crianças dos hospitais Jaraguá, em Jaraguá do Sul, e Infantil Dr. Jeser Amarante Faria, em Joinville, serão devidamente presenteados com o fruto de um trabalho feito pelas “Mãos Solidárias”.

Mundo das “carequinhas”

O grupo de voluntárias de Jaraguá do Sul é responsável pela produção que se esmerou e pensou em cada detalhe.

Além dos bonecos, que serão os presentes das crianças, cada uma irá receber ou um laço idêntico à sua boneca, ou uma máscara como a do seu boneco.

O Mãos Solidárias reúne hoje 43 voluntárias que têm como objetivo auxiliar no tratamento de crianças da região e, neste Natal, a missão é levar a elas a alegria e o espírito natalino por meio dos bonecos confeccionados por cada uma das mãos que formam o grupo.

A presidente Grasiela Cristofolini conta que a confecção começou ainda em agosto e, ao todo, serão entregues 250 bonecos – 125 bonecas e 125 super-heróis.

Voluntárias se realizam produzindo os brinquedos | Foto Eduardo Montecino/OCP News

Voluntárias se realizam produzindo os brinquedos | Foto Eduardo Montecino/OCP News

O projeto está em seu segundo ano. Além dos carequinhas entregues aos pequenos pacientes da oncologia, o grupo separa brinquedos para distribuir às crianças das outras alas dos hospitais.

“Nós vemos muita coisa difícil de ser vista, mas o sorriso deles quando recebem um presente como esse minimiza tudo por um instante”, lembra Andreia Karina da Silva, voluntária do grupo.

Bonecos levam alegria

E o presente personalizado é feito com muito carinho e com a intenção de autorreconhecimento e para fazer com que cada criança sinta-se lembrada e que tenha a consciência de sua importância, garantem as voluntárias.

“Seria muito mais barato comprar algo pronto? Até seria, sem dúvida. Mas é muito diferente você confeccionar algo pensando naquela criança, algo personalizado, algo que ela olhe e se reconheça importante”, ressalta Eliana Matheus Baumgardt, voluntária do Mãos Solidárias.

O investimento nos 250 bonecos pesa no orçamento do grupo, que conta com doações e acaba dividindo alguns custos entre as próprias voluntárias.

Eliana conta que a malha e a fibra foram doadas por empresas da região, mas ainda assim, as voluntárias tiveram um investimento de cerca de R$ 1 mil para efetivar a produção.

“O que a gente tem de retorno compensa tudo. Compensa tempo, compensa cansaço, compensa investimento”, salienta Andreia.

Marcas que ficam para sempre

O grupo Mãos Solidárias ainda não completou dois anos de atividade, mas já coleciona histórias que marcaram e emocionaram. Em atividade desde agosto de 2017, o grupo já auxiliou no tratamento de 48 crianças – 20 neste ano.

As voluntárias ainda lembram as reações das crianças no Natal passado e duas, em especial, não sairão das memórias de Andreia Karina da Silva, Eliana Matheus Baumgardt e Grasiela Cristofolini.

João e Daniela marcaram a vida das voluntárias, que se lembram com carinho do momento em que os conheceram e entregam a primeira “leva” de carequinhas.

Foto Eduardo Montecino/OCP News

O encontro aconteceu no Hospital Infantil, em Joinville. Aos 2 anos de idade, João, lembram as voluntárias, era “idêntico ao boneco”. “Ele era igual o boneco, na hora que viu se identificou e não o soltou mais”, conta Eliana.

Emoção e realização de sonhos

A história de Daniela, que tinha 9 anos, leva Andreia às lágrimas. A garotinha nunca tinha visto um Papai Noel e o pedido foi ainda mais marcante.

“Ela nunca tinha visto e pulou da maca. A reação foi impactante e quando perguntamos qual seria o pedido e ela respondeu um x-salada, aquilo nos marcou profundamente”, relembra.

As duas crianças não resistiram à doença e morreram neste ano, contam as voluntárias que tem como alento a imagem dos sorrisos daquele dezembro.

Para este ano, as expectativas para a ação são as melhores possíveis. “Esperamos e sabemos que vamos encontrar crianças especiais, com o olhar de inocência que tanto enxergamos”, finalizam.

 

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Elissandro Sutil

Jornalista e redator no OCP