Tende a se tornar uma enclausurada existencial devido à sua incapacidade de estabelecer conexões genuínas com o mundo exterior e consigo mesma. O egocentrismo, em sua essência, é uma defesa psicológica que busca proteger o indivíduo de limitações e feridas emocionais profundas, muitas vezes enraizadas em inseguranças, medos de rejeição ou experiências traumáticas. No entanto, essa postura de autocentramento cria uma ilusão de superioridade ou autossuficiência que, paradoxalmente, isola o indivíduo e amplifica seu sofrimento psicológico.
Ao priorizar incessantemente suas próprias necessidades, desejos e perspectivas, o egocêntrico perde a capacidade de empatia e de reconhecer o valor dos outros. Isso gera um ciclo vicioso: quanto mais ele se fecha em seu próprio mundo, mais distante se torna das relações autênticas, que são fundamentais para a saúde emocional. A falta de reciprocidade afetiva e o constante reforço de sua própria importância criam uma solidão existencial, pois, no fundo, ele percebe que suas interações são superficiais e baseadas em interesses próprios, não em conexões reais.
Além disso, o egocêntrico frequentemente busca validação externa para sustentar sua autoimagem inflada, mas essa dependência de aprovação o torna vulnerável a críticas e fracassos. Quando a realidade contraria suas expectativas grandiosas, ele experimenta frustração, raiva e, em casos extremos, desespero existencial. Essa dissonância entre sua autoimagem idealizada e a realidade pode levar a crises de identidade e a um profundo sentimento niilista, ou vazio.
Em última análise, o egocentrismo é uma prisão psicológica porque impede o crescimento pessoal e a transcendência do ego. A verdadeira libertação existencial só ocorre quando o indivíduo reconhece sua ignorância perante o mundo, sua interdependência com os outros e aceita suas vulnerabilidades, permitindo-se viver de forma mais autêntica e conectada. Naturalmente, toda pessoa carrega uma dose de egocentrismo, no entanto, há os que carregam uma overdose!