Você sabia que o consumo de álcool e drogas mata mais de 3 milhões de pessoas por ano?

Foto: IA/ OCP News

Por: Isabelle Stringari Ribeiro

26/06/2024 - 14:06 - Atualizada em: 26/06/2024 - 14:49

Um novo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) revela que mais de 3 milhões de pessoas morrem anualmente devido ao consumo de álcool e drogas psicoativas. Publicado como parte do “Relatório de status global da OMS sobre álcool e saúde e tratamento de transtornos por uso de substâncias”, o estudo destaca que a maioria dessas mortes ocorre entre homens.

“O uso de substâncias prejudica gravemente a saúde individual, aumentando o risco de doenças crônicas, condições de saúde mental e resultando tragicamente em milhões de mortes evitáveis todos os anos. Isso coloca um fardo pesado sobre as famílias e comunidades, aumentando a exposição a acidentes, ferimentos e violência”, diz Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS.

Dos óbitos registrados a cada ano, 2,6 milhões estão ligados ao consumo de álcool, enquanto 600 mil são atribuídos ao uso de drogas psicoativas, com base em dados de 2019. Além das estatísticas de mortalidade, o relatório oferece um panorama abrangente sobre o consumo global dessas substâncias, revelando que aproximadamente 400 milhões de pessoas sofriam de transtornos por uso de álcool e drogas naquele ano, sendo 209 milhões deles dependentes de álcool.

“Para construir uma sociedade mais saudável e equitativa, devemos nos comprometer urgentemente com ações ousadas que reduzam as consequências negativas para a saúde e a sociedade do consumo de álcool e tornem o tratamento para transtornos por uso de substâncias acessível”, completa.

O documento enfatiza a urgência de medidas globais para cumprir o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 3.5 até 2030, focado na redução do consumo dessas substâncias e na melhoria do acesso ao tratamento de qualidade para transtornos associados.

Embora as taxas de mortalidade relacionadas ao álcool tenham diminuído desde 2010, o número absoluto de mortes ainda é significativo, especialmente na Europa e na África. O relatório destaca que as taxas de mortalidade por álcool variam conforme o nível econômico dos países, sendo mais altas em nações de baixa renda.

Entre as causas específicas de morte atribuídas ao álcool em 2019, destacam-se doenças não transmissíveis, como cardiovasculares e câncer, além de mortes por ferimentos decorrentes de acidentes e violência, incluindo o aumento do risco de transmissão de doenças transmissíveis como o HIV.

Embora o consumo per capita de álcool global tenha ligeiramente diminuído para 5,5 litros puros em 2019, grandes variações regionais persistem, com níveis mais altos observados na Europa e nas Américas. O relatório também ressalta que o consumo episódico pesado é uma prática comum entre os bebedores atuais, particularmente entre os jovens.

Em relação ao tratamento, o documento indica que a cobertura continua baixa em muitos países, com apenas uma fração dos indivíduos necessitados recebendo serviços adequados. A falta de recursos dedicados e o estigma em torno dos transtornos por uso de substâncias são apontados como principais desafios para melhorar essa situação.

Para enfrentar esses desafios, a OMS destaca a necessidade de políticas eficazes, investimentos adequados e ação coordenada para mitigar os impactos devastadores do consumo de álcool e drogas psicoativas na saúde pública global.

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Isabelle Stringari Ribeiro

Jornalista de entretenimento e cotidiano, formada pela Universidade Regional de Blumenau (FURB).