O que existia antes de surgir o universo desafia os limites do conhecimento humano e científico. O conceito de “antes” implica a existência de tempo, mas, segundo a teoria do Big Bang, o tempo e o espaço emergiram juntos há cerca de 13,8 bilhões de anos. Portanto, discutir o “antes” do universo muitas vezes transcende o domínio da ciência empírica e entra no campo da especulação filosófica e cosmológica.
A teoria mais aceita para a origem do universo é o modelo do Big Bang, que descreve um ponto extremamente denso e quente onde toda a matéria e energia estavam concentradas. Nesse cenário, o universo iniciou uma expansão que continua até hoje. Porém, o que desencadeou esse evento ainda é um mistério.
Uma das hipóteses mais discutidas é a do multiverso, que sugere que nosso universo pode ser apenas um entre muitos, cada um com suas próprias leis físicas. Nesse contexto, a origem do nosso universo seria um evento local, como uma flutuação quântica em um “mar” de energia primordial ou um ciclo em um sistema maior.
Outra proposta é a do universo cíclico, defendida por algumas versões da teoria das cordas. Segundo essa visão, o universo passa por ciclos infinitos de expansão e contração, eliminando a necessidade de um “início absoluto”.
Do ponto de vista da física quântica, alguns cientistas postulam que o Big Bang foi o resultado de flutuações no vácuo quântico, um estado onde partículas surgem e desaparecem espontaneamente. Contudo, essas ideias carecem de comprovação experimental, já que a física convencional não é capaz de descrever o que ocorre em escalas tão extremas.
Embora não existam evidências conclusivas sobre o “antes” do universo, o avanço das teorias cosmológicas e a exploração de modelos como a inflação eterna ou a gravidade quântica prometem trazer novas luzes a essa questão. Até lá, a ideia de um “começo” absoluto permanece uma questão aberta, que une ciência e filosofia na busca por respostas.