Esse fenômeno representa uma ameaça significativa à razão individual, podendo levar a comportamentos irracionais, decisões equivocadas e até mesmo a crises sociais. Do ponto de vista neuropsiquiátrico, esse comportamento está enraizado em mecanismos cerebrais primitivos de sobrevivência, como a necessidade de pertencimento e a aversão ao isolamento social.
Estudos em neurociência demonstram que, em situações de conformidade grupal, áreas como o córtex pré-frontal — responsável pelo pensamento crítico e tomada de decisões — são suprimidas, enquanto regiões límbicas, associadas a emoções e reações instintivas, tornam-se hiperativas. Isso explica por que indivíduos, mesmo aqueles com alto nível de discernimento, podem adotar ideias ou ações irracionais quando imersos em um grupo. A dopamina, neurotransmissor ligado à recompensa, também desempenha um papel crucial, reforçando a sensação de aceitação quando a pessoa se alinha ao coletivo, mesmo que isso vá contra suas convicções.
Psiquiatricamente, o pensamento de manada pode ser associado a fenômenos como a “dissolução da identidade individual” em massas, descrita por Gustave Le Bon, e ao “efeito espectador”, em que a responsabilidade pessoal é diluída. Em casos extremos, isso pode levar a comportamentos perigosos, como violência coletiva, adesão cega a ideologias ou negligência de evidências científicas.
A solução passa pelo fortalecimento do pensamento crítico e da autorreflexão, estimulando o córtex pré-frontal a manter seu controle sobre impulsos emocionais. Em um mundo cada vez mais polarizado e superficializado pelas redes sociais, sobressaindo-se o pensamento “WhatsAppiano”, compreender os riscos do pensamento coletivo é essencial para preservar a autonomia racional e cognitiva, e evitar as armadilhas da irracionalidade em massa, fenômeno em pleno crescimento nas sociedades.