Um dos papas, ao longo da história do Vaticano, mais erudito e preparado academicamente, sem entrar na linha ecumênico edeológica, foi Bento XVI (Joseph Ratzinger).
Por que Bento XVI se destaca?
1. Gênio teológico: Doutor em Teologia, com tese sobre Santo Agostinho e habilitação sobre São Boaventura. Era um dos maiores especialistas em Patrística e Teologia Sistemática do século XX.
2. Carreira acadêmica brilhante: Lecionou nas universidades de Bonn, Münster, Tübingen e Regensburg, formando gerações de teólogos.
3. Domínio de línguas: Falava alemão, italiano, francês, latim, inglês, espanhol e lia grego antigo e hebraico.
4. Prefeito da Doutrina da Fé: Antes de ser papa, foi o “chefe” da Congregação para a Doutrina da Fé (ex-Santo Ofício) por mais de 20 anos, lidando com os debates teológicos mais complexos da Igreja.
5. Obra escrita vastíssima: Escreveu dezenas de livros, desde teologia fundamental até exegese bíblica. Sua trilogia Jesus de Nazaré” é um marco na teologia contemporânea.
Outros papas eruditos na história:
– São Gregório Magno (séc. VI) – Patrístico, organizador da liturgia e da música sacra.
– Inocêncio III (séc. XIII) – Jurista brilhante, governou no auge do poder papal medieval.
– Leão XIII (séc. XIX) – Filósofo tomista, pioneiro da Doutrina Social da Igreja.
– João Paulo II – Filósofo fenomenólogo, poliglota e autor de obras profundas como Pessoa e Ação.
Mas Bento XVI une, talvez como nenhum outro, profundidade teológica, rigor acadêmico e uma capacidade rara de síntese entre fé e razão. Se alguém chegou ao papado com um currículo acadêmico impecável, foi ele.
E, sim, ele também tinha senso de humor – quando um cardeal brincou que seu papado seria “pesado”, ele respondeu: “Não se preocupem, eu sei que sou um homem frágil… mas Deus trabalha com instrumentos fracos”.