Essa é uma prática que, infelizmente, ainda se mantém enraizada na cultura brasileira, especialmente em períodos festivos. E agora teremos o Carnaval. Essa combinação perigosa resulta em tragédias que poderiam ser evitadas, mas que, ano após ano, se repetem, ceifando vidas e deixando sequelas irreparáveis. Do ponto de vista legal e moral, é urgente que o Brasil adote medidas mais rigorosas para combater essa prática, seguindo exemplos de países como os Estados Unidos, onde a tolerância é zero e as consequências para os infratores são severas.
Do ponto de vista legal, a legislação brasileira já prevê punições para quem dirige sob efeito de álcool, como multas, suspensão da carteira de motorista e até prisão em casos de acidentes com vítimas. No entanto, a aplicação dessas leis ainda é falha, e a fiscalização, muitas vezes, não é suficiente para coibir a prática. Além disso, a responsabilização dos estabelecimentos que servem bebidas alcoólicas a indivíduos que claramente não estão em condições de dirigir é praticamente inexistente. Nos Estados Unidos, por exemplo, além do motorista, o bar ou restaurante que serve bebidas a alguém visivelmente embriagado pode ser multado e até perder a licença para funcionar. Essa medida é fundamental para desestimular a venda indiscriminada de álcool a condutores.
Moralmente, beber e dirigir é uma atitude egoísta e irresponsável. Quem assume o volante após consumir álcool coloca em risco não apenas a própria vida, mas também a de pedestres, ciclistas e outros motoristas. É uma violação grave do princípio básico de respeito ao próximo e à coletividade. A sociedade precisa entender que dirigir embriagado não é um direito individual, mas um ato que pode resultar em danos irreversíveis. A tolerância zero deve ser não apenas uma política de Estado, mas um valor moral internalizado por todos.
Em períodos como o Carnaval, quando o consumo de álcool aumenta significativamente, é essencial que haja campanhas de conscientização mais incisivas, aliadas a uma fiscalização rigorosa. A lei seca, embora seja um avanço, precisa ser aplicada com mais efetividade. Além disso, é preciso que a sociedade como um todo se mobilize para mudar essa cultura permissiva em relação ao álcool e à direção. Beber e dirigir não pode ser visto como um hábito normal ou aceitável. É uma escolha que mata, e essa mensagem precisa ser clara para todos. O Brasil tem a oportunidade de salvar vidas ao adotar medidas mais duras e eficazes, seguindo exemplos internacionais que já comprovaram seu sucesso. A tolerância zero não é apenas uma necessidade legal, mas um imperativo moral.