Clique aqui e receba as notícias no WhatsApp

Whatsapp

Você sabia? O fenômeno “bebês reborns”, bonecos hiper-realistas é um sinal…

Foto: OCP News

Por: OCP News Jaraguá do Sul

13/05/2025 - 15:05 - Atualizada em: 13/05/2025 - 15:15

Esse fenômeno representado por bonecos hiper-realistas? que vem ganhando notoriedade mundial, vem despertando debates sobre suas implicações psicológicas e sociais. Sob uma perspectiva crítica, esse comportamento pode ser interpretado como um sintoma de demandas emocionais não atendidas, transformações nos laços afetivos e até mesmo distúrbios psiquiátricos.

Fatores psicológicos e psiquiátricos:
Do ponto de vista psiquiátrico, a obsessão por “reborns” pode estar associada a condições como “luto patológico” (em casos de perda de um filho), “transtorno de apegou” ou mesmo “delírios maternos” em mulheres que não podem conceber. A linha entre um objeto de conforto e uma substituição delirante é tênue: alguns donos tratam os bonecos como seres vivos, desenvolvendo uma “dependência emocional” que substitui interações humanas reais.

Além disso, o fenômeno pode refletir “carências afetivas” amplificadas pela solidão contemporânea, algo que vem se intensificando. Em uma sociedade onde laços familiares se fragilizam e a maternidade é adiada ou negada por fatores socioeconômicos, os “reborns” surgem como uma “simulação de vínculos” que preenchem um vazio existencial.

Fatores sociológicos:
Sociologicamente, os “reborns” espelham a “medicalização dos desejos” e a “mercantilização das emoções”. A indústria desses bonecos, que chegam a custar milhares de reais, explora narrativas de “cura emocional”, transformando necessidades psicológicas em produtos. Além disso, a “idealização da maternidade” como experiência obrigatória para mulheres, alimenta a busca por substitutos quando a realidade não corresponde ao imaginário social.

Outro aspecto é a infantilização da vida adulta: em uma cultura que glorifica a juventude e evita envelhecer, os “reborns” permitem que adultos revivam fantasias de cuidado sem as responsabilidades reais da paternidade. Redes sociais amplificam o fenômeno, criando comunidades onde a fantasia é validada coletivamente.

O que isso indica para o futuro?
Se, por um lado, os “reborns” podem ser um mecanismo de coping inofensivo para algumas pessoas, por outro, normalizam a substituição de relações autênticas por simulacros. No futuro, a tendência pode ser o aumento de tecnologias afetivas (como robôs ou IA) ocupando espaços antes preenchidos por humanos, ou seja, uma distopia onde a solidão é “resolvida” com consumo, não com conexão real.

Em última análise, os “reborns” são um espelho de uma sociedade que, apesar de hiperconectada, luta contra o isolamento. Seu crescimento exige reflexão: até que ponto estamos medicalizando a saudade e patologizando a falta? A resposta pode definir o futuro das relações humanas, e também os limites entre saúde mental e escapismo. Preocupante.

Clique aqui e receba as notícias no WhatsApp

Whatsapp

OCP News Jaraguá do Sul

Publicação da Rede OCP de Comunicação